Trump: o republicano cumpriu a tradição de perdoar dois enormes perus por ocasião de uma das maiores festividades do país, na qual essas aves são o prato principal (Chip Somodevilla/Getty Images)
AFP
Publicado em 26 de novembro de 2019 às 20h13.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixa Washington nesta terça-feira rumo à Flórida, onde participará de um comício e celebrará o Dia de Ação de Graças em sua residência naquele estado, mas a investigação visando seu impeachment ameaça arruinar a festa.
Antes de embarcar no avião presidencial, o republicano cumpriu a tradição de perdoar dois enormes perus - Bread e Butter (Pão e Manteiga) - por ocasião de uma das maiores festividades do país, na qual essas aves são o prato principal.
"Desejo a todos um feliz Dia de Ação de Graças", disse o presidente antes de perdoar os perus.
Trump estava acompanhado de sua mulher, Melania, que pouco antes havia sido vaiada em um discurso sobre os riscos das drogas, na cidade de Baltimore.
O presidente seguirá para a Flórida, onde participará de um comício no início da noite e poderá se reconectar com sua base republicana.
Trump passará o feriado em Mar-a-Lago, seu campo de golfe e residência particular na costa atlântica da Flórida.
Os democratas que investigam Trump estão prontos para avançar no processo de impeachment após o intervalo do Dia de Ação de Graças e, na segunda-feira, receberam boas notícias dos tribunais.
Um tribunal de apelações em Washington decidiu que os assessores de Trump devem cumprir as intimações do Congresso no contexto do processo de impeachment contra o presidente.
Em um caso que envolveu o ex-advogado da Casa Branca Don McGahn, intimado em maio pelo Comitê Judiciário da Câmara, o juiz Ketanji Jackson decidiu que os altos funcionários da administração não podem deixar de testemunhar alegando sua proximidade com o presidente dos Estados Unidos.
"Os presidentes não são reis", escreveu Jackson em sua decisão. "Ninguém, nem mesmo o chefe do Poder Executivo, está acima da lei", disse ainda o magistrado.
O juiz indicou que a decisão sobre o caso de McGahn era aplicável a todos os assistentes do presidente, atuais e passados. Várias autoridades ligadas a Trump evitaram as intimações do Congresso nas últimas semanas para testemunhar.
A decisão pode levar o Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, que prepara acusações de impeachment contra Trump devido a um escândalo envolvendo a Ucrânia, a forçar o testemunho de três testemunhas-chave: o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney e o Secretário de Estado Mike Pompeo.
Os democratas suspeitam que todos tenham conhecimento direto do suposto pedido de Trump ao presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski para investigar seu rival político Joe Biden em troca da liberação de ajuda militar.
Esse caso levou os oponentes a abrir a investigação em 24 de setembro para determinar se Trump abusou ou não de seus poderes ao fazer esse pedido ao presidente ucraniano.