Escombros em área afetada pelas inundações após as fortes chuvas em Katmandu (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 30 de setembro de 2024 às 11h26.
Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 11h40.
As inundações e os deslizamentos de terra provocados pelas chuvas torrenciais que afetaram o Nepal, em particular a capital Katmandu, deixaram pelo menos 200 mortos, anunciou nesta segunda-feira, 30, o Ministério do Interior nepalês.
"Segundo os números mais recentes, 200 pessoas morreram, 127 ficaram feridas e 26 continuam desaparecidas", declarou à AFP o porta-voz do ministério, Rishi Ram Tiwari. O balanço anterior era de 192 mortos e 31 desaparecidos.
As equipes de emergência do Nepal prosseguem com os trabalhos de busca e resgate nesta segunda-feira entre os escombros das casas destruídas em Katmandu.
Bairros inteiros da capital nepalesa foram inundados após as chuvas mais intensas registradas no leste e centro do país em mais de duas décadas. A capital ficou temporariamente sem comunicação devido aos deslizamentos de terra que bloquearam as rodovias.
Ao menos 35 pessoas foram soterradas por um deslizamento de terra que atingiu vários automóveis em uma estrada ao sul da capital, informou o porta-voz da polícia, Dan Bahadur Karki.
O governo destacou os esforços para resgatar muitas pessoas que ficaram bloqueadas nas rodovias. Ao mesmo tempo, as equipes de emergência limpavam a lama dos bairros mais afetados da região de Katmandu, incluindo comunidades carentes não autorizadas.
O rio Bagmati e seus afluentes, que atravessam Katmandu, transbordaram e inundaram os bairros próximos na madrugada de sábado para domingo. Muitos veículos foram arrastados.
"É um pesadelo", disse Indra Prasad Timilsina, moradora de um bairro afetado. "Nunca sofri inundações tão extremas na minha vida", confessou.
Segundo o Exército, mais de 4.000 pessoas foram resgatadas.
O Vale de Katmandu registrou 240 milímetros de chuva em 24 horas, entre sexta-feira e sábado, informou a agência meteorológica nepalesa.
Este é o maior nível de chuva registrado na capital do país desde pelo menos 1970, segundo a agência.
O departamento de hidrologia e meteorologia afirmou que, segundo dados preliminares, as estações em 14 distritos registraram recorde de chuva nas 24 horas anteriores à manhã de sábado.
A temporada de monções, de junho a setembro, provoca mortes e danos no sudeste asiático todos os anos, mas o número de inundações e deslizamentos de terra aumentou nos últimos anos. Os cientistas afirmam que as mudanças climáticas aumentaram a frequência e a gravidade dos fenômenos.