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Inundações na Europa são catastrófes para agricultores

Segundo um balanço divulgado nesta terça-feira pela Federação Agrícola DBV, 305.000 hectares de plantações e pastos foram inundados


	Enchente na Europa central: os fazendeiros bávaros ainda têm a esperança de que parte do cultivo de cereais consiga ser salva.
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Enchente na Europa central: os fazendeiros bávaros ainda têm a esperança de que parte do cultivo de cereais consiga ser salva. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2013 às 16h51.

Centenas de milhares de hectares inundados, colheitas perdidas e máquinas destruídas estão entre os imensos prejuízos provocados pelas inundações históricas que atingem há 10 dias a Alemanha, segundo maior produtor europeu.

Segundo um balanço divulgado nesta terça-feira pela Federação Agrícola DBV, 305.000 hectares de plantações e pastos foram inundados, e entre 15.000 e 20.000 fazendas afetadas, de um total de 288.000. A federação avalia as perdas em mais de 400 milhões de euros para o setor, entre colheitas perdidas e, em menor medida, estragos causados aos estabelecimentos e equipamentos.

Na Baviera (sul), inundada pelas águas da semana passada, o momento é de contabilizar a tragédia. No maior estado regional alemão, entre 30% e 60% da produção de legumes foi destruída, estima Markus Peters, da Federação Agrícola bávara. As verduras, por exemplo, que estavam prontas para serem colhidas, foram perdidas.

De maneira geral, "a colheita não será boa este ano, também porque o clima já não estava bom antes (das inundações), mas em nenhum setor foi totalmente perdida", acrescentou.

Os fazendeiros bávaros ainda têm a esperança de que parte do cultivo de cereais consiga ser salva. Por causa das chuvas de maio, "os brotos ainda são jovens, e se não começarem a apodrecer, podem ainda dar alguma coisa", disse Peters. Mas "o verão precisa chegar logo".

Mais a leste, na Saxônia, o cenário é mais sombrio. Em Land, onde o Elba transbordou em seu leito, 30.000 hectares de pastos e 45.000 hectares de plantações foram inundados, e, para eles, "nada pode ser salvo", segundo Andreas Jahnel, da Federação Agrícola da Saxônia. "Os campos ficaram debaixo d'água por quatro ou cinco dias, está tudo podre", assegura.


Na Saxônia, "podemos esquecer a safra de 2013". O mesmo acontece com a vizinha Saxônia-Anhalt, de acordo com a DBV.

Ainda assim, as plantações podres precisam ser colhidas. "Com um pouco de sorte, elas ainda podem ser usadas para instalações de biogás," espera Jahnel.

A Alemanha é o segundo maior produtor de cereais da Europa, atrás da França. É também, de longe, o maior produtor de batatas do continente europeu. No entanto, as inundações ameaçam toda a indústria de tubérculos, explicou nesta terça-feira o presidente da Federação da Indústria de Processamento de Frutas e Legumes BOGK, Horst-Peter Karos.

"Haverá perdas" na produção, disse à imprensa, "e não é improvável que, em algumas áreas, seja difícil fornecer batatas fritas e Knodel", o bolinho de batata muito popular entre os alemães.

Mas ele espera que os profissionais da alimentação, das indústrias de processamento e de distribuição não acionem outros fornecedores e continuem fiéis aos atingidos.

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