Thamsanqa Jantjie (d), faz sinais durante discurso de Barack Obama: Jantjie já foi acusado de crimes como estupro, roubos, assaltos, sequestro e assassinato (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 10h17.
Johanesburgo - O intérprete de língua de sinais do serviço religioso de Nelson Mandela, que segundo a Federação de Surdos da África do Sul é "falso", foi acusado de assassinato em 2003, informou nesta sexta-feira o canal de televisão local "eNCA".
Thamsanqa Jantjie, que está recebendo tratamento para a esquizofrenia, já havia sido acusado anteriormente dos crimes de estupro em 1994, roubos e assaltos a domicílios em 1995 e 1997, e sequestro em 2003, ano em que também foi denunciado por assassinato.
O suposto intérprete, de 34 anos, alegou ontem que sofreu um episódio esquizofrênico que lhe distraiu durante as traduções dos discursos dos chefes de Estado no ofício religioso de Mandela em Johanesburgo na terça-feira passada.
Segundo a "eNCA", muitas das acusações que enfrenta foram retiradas após alegar que seus problemas mentais o impediam de ser julgado.
Jantjie foi absolvido da acusação de estupro, mas foi declarado culpado de roubo, sendo condenado a três anos de prisão, embora não esteja claro se cumpriu pena.
Documentos da justiça revelam que o assassinato, a tentativa de assassinato e o sequestro do que foi acusado junto a outras pessoas em 2003 foi remitido ao Tribunal Superior de Gauteng em 2004 e concluiu em novembro de 2006, embora o expediente judicial está vazio.
Jantjie se negou a comentar o que aconteceu com o caso, enquanto a Procuradoria Nacional diz que não pode confirmar ou negar a existência dessas acusações contra Jantjie, indica a televisão sul-africana.
O ministro de Arte e Cultura sul-africano, Paul Mashatile, informou hoje, por sua vez, que o governo planeja regular a profissão de intérprete com uma nova lei que será aprovada em 2014.
"Pedimos desculpas aos surdos e a todos os sul-africanos por qualquer ofensa que tenham sofrido", disse em comunicado divulgado pelo Executivo.
"Esperamos começar a regular a profissão no início de 2014, através da Lei do Conselho de Intérpretes da África do Sul, para que o incidente não volte a acontecer jamais", acrescentou.