Muammar Kadafi: segundo a Interpol, a medida "restringirá de maneira significativa a capacidade de atravessarem fronteiras internacionais" (Arrai Television/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2011 às 08h39.
Paris - A Interpol anunciou nesta sexta-feira que emitiu uma ordem de detenção contra o líder líbio Muammar Kadafi, seu filho Saif Al Islam e seu cunhado e ex-chefe dos serviços de Inteligência Militar do regime, Abdullah al Senussi.
O anúncio foi feito depois que nesta quinta-feira o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, pediu à Interpol que emitisse essa ordem com o fim de deter Kadafi por supostos crimes contra a humanidade.
A Interpol indicou em comunicado que a notificação foi enviada aos 188 países-membros e nela foram incluídos dados de identificação e informação judicial dos três acusados e, segundo o secretário-geral da organização, Ronald K. Noble, "restringirá de maneira significativa a capacidade de atravessarem fronteiras internacionais".
Essa ordem de captura e "alerta vermelho" foi considerada, além disso, uma ferramenta "potente para ajudar na localização e detenção" de Kadafi e dos outros dois implicados, reivindicados pelo TPI por sua suposta responsabilidade na repressão violenta das revoltas de insurgentes no país.
"No que diz respeito ao quartel-general da Interpol, Kadafi é um fugitivo", acrescenta o comunicado, que afirma que a organização policial cooperará com o TPI e com as autoridades líbias representadas pelo Conselho Nacional de Transição (CNT) para deter o ex-governante.
"Prender Kadafi é uma questão de tempo. Ao solicitar que a Interpol lance essa circular, o TPI se assegura de que o pedido de detenção de Kadafi está nas mãos das forças de cumprimento da lei no mundo todo", disse Ocampo em declarações divulgadas pelo comunicado.
A Interpol lembrou ainda que em março já havia avisado às polícias do mundo, através do chamado "alerta laranja", sobre as medidas internacionais adotadas contra Kadafi e outras 15 pessoas, entre membros de sua família e indivíduos próximos, para facilitar a aplicação das sanções da ONU e colaborar com a investigação iniciada pelo TPI.