O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad: país atribui à "interferência estrangeira" o fracasso da missão de Kofi Annan na Síria (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2012 às 08h27.
Teerã - O governo do Irã responsabilizou nesta sexta-feira a "interferência" estrangeira pelo fracasso da missão de Kofi Annan na Síria, e sugeriu que o próprio país se incluiria entre os que terão um "papel mais importante" para resolver a crise síria.
"Parece que países que interferiram no processo não estavam satisfeitos com os esforços realizados por Annan para interromper o envio de armas à Síria e (acabar com) os atos terroristas", disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, durante uma visita à China, de acordo com a agência oficial de notícias IRNA.
"Não apenas (estes países que interferiram) não fizeram nenhum esforço para implementar o plano de seis pontos de Annan, mas estes países se empenharam para que a missão fracasse", disse.
O funcionário iraniano não identificou estes países, mas em diversas oportunidades o governo em Teerã acusou Arábia Saudita, Qatar e Turquia de abastecerem com armas os rebeldes sírios com a cumplicidade de Estados Unidos e Israel.
Na visão de Mehmanparast, depois da renúncia de Annan como enviado internacional de paz para a Síria, "países independentes na região terão agora um papel mais importante" para resolver a crise.
A frase sugere que o funcionário se referiu ao próprio Irã, um aliado chave da Síria na região e que forneceu a Damasco ajuda política, econômica e humanitária.
Estes países, acrescentou, "devem preparar o terreno para o diálogo entre o governo sírio e os rebeldes".