(E-D) Paul Stanley, Gene Simmons, Eric Singer e Thomy Thayer no lançamento do livro gigante "KISS Monster Book", que percorre os 40 anos da banda e inclui 127 fotografias (Frederic J. Brown/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2012 às 13h19.
Los Angeles - Os integrantes das bandas de rock atuais parecem "uns lixeiros" e a única estrela contemporânea de verdade é a cantora Lady Gaga, afirmaram os componentes do lendário grupo de rock KISS, que, durante uma entrevista concedida à AFP, em Los Angeles, também defenderam o grupo russo Pussy Riot.
"Há muitas bandas que têm algo. Mas falta o estrelato, a habilidade de subir no palco e reinar, ser maior que a vida", explicou Gene Simmons, o baixista famoso por exibir sua língua comprida.
O grupo também explicou a decisão de gravar o próximo disco, "Monster", com equipamentos analógicos e defenderam as ativistas da banda de punk russa Pussy Riot, que foram condenadas a dois anos de prisão por protestar contra o presidente russo.
"Não há estrelas, não existe um Elvis (Presley) ou sequer um Prince. Falta presença de palco, todos parecem lixeiros. Se vestem pior do que o público que vai assisti-los", completou Simmons, de 62 anos.
"Não há orgulho", lamentou.
Os quatro músicos do KISS, famosos pelo visual assustador e maquiagem preta e branca, conversaram com a imprensa antes do lançamento do livro gigante "KISS Monster Book", no lendário The Viper Room de Hollywood.
O bar foi o cenário da morte do ator River Phoenix, por overdose, em 1993.
Sem maquiagem na entrevista, os autores de clássicos do rock como "Rock and Roll All Night" e "I Was Made For Lovin' You" concordaram que a única estrela atual é Lady Gaga, conhecida pelo estilo excêntrico.
"A única estrela do rock agora é Lady Gaga. Isto é tudo", sentenciou Simmons.
O guitarrista Tommy Thayer, de 51 anos, completou: "Ela sim é uma estrela". Os outros concordaram com a cabeça.
"Há boas bandas, sou fã dos Foo Fighters, mas me deem uma estrela!", insistiu Simmons.
Paul Stanley, vocalista do KISS, foi ainda mais longe na crítica.
"Os músicos que aparecem como garçons não percebem que há mais coisas. Quando uma grande banda está no palco, precisa dar tudo de si".
"Por isto existimos há 40 anos, porque as pessoas sabem que quando nos assistem, o investimento vai valer a pena, elas serão entretidas. Temos orgulho de ser animadores e somos uma tremenda banda de rock", completou Stanley, de 60 anos.
Ele e Simmons são os dois membros da formação original do grupo.
Os outros dois, Thayer e Eric Singer, entraram mais tarde, depois dos problemas de convivência que provocaram uma ruptura no fim dos anos 70.
Questionado se a falta de estrelas é um sintoma da ausência de megaespetáculos, Simmons apresentou sua explicação.
"Não, não é sobre o show. Elvis podía subir no palco sem nada. É o carisma, a imagem, a mística".
Ele também falou sobre a polêmica das Pussy Riot, que apresentaram uma "oração punk" em uma catedral contra o presidente russo Vladimir Putin.
"Elas são garotas muito bonitas. Não são uma boa banda, mas elas têm o direito de fazer o que querem".
"É muito ruim que políticos entrem no caminho de bandas de rock", completou Simmons.
"Um país forte nunca deveria ter medo da liberdade. E com a liberdade vem a independência. Muitos países ainda tentam esmagar isto", disse Stanley.
O megalivro lançado pelo KISS, pensado como um objeto de colecionador, percorre os 40 anos da banda e inclui 127 fotografias, algumas inéditas. Apenas 1.000 exemplares serão vendidos, todos assinados pelos quatro integrantes.
Eles também afirmaram que o próximo álbum do KISS foi gravado com equipamentos analógicos porque acreditam na "beleza da imperfeição".
"Monster", 20º álbum de estúdio, deve ser lançado em outubro.