Bandeira do Iraque: na quarta-feira, os manifestantes enfrentaram as forças oficiais e incendiaram várias delegacias (Daniel Acker / Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 08h33.
Insurgentes vinculados à Al Qaeda controlavam nesta quinta-feira metade da cidade iraquiana de Fallujah e algumas áreas de Ramadi, anunciaram fontes das forças de segurança e testemunhas.
"Metade de Fallujah está nas mãos do EIIL (Estado Islâmico do Iraque e Levante, grupo ligado à Al Qaeda) e outra metade nas mãos de homens armados tribais, disse à AFP uma fonte do ministério do Interior.
Uma testemunha na cidade, que fica ao oeste da capital Bagdá, afirmou que os insurgentes estabeleceram postos de controle no centro e na zona sul de Fallujah.
"Em Ramadi a situação é parecida - algumas zonas estão controladas pelo EEIL e outras por homens armados tribais", afirmou a fonte ministerial a respeito da capital da província de Anbar, oeste do país.
Um correspondente da AFP em Ramadi observou dezenas de caminhões com homens armados na zona leste da cidade. Eles cantavam o hino do EEIL.
A letra afirma que o "Estado Islâmico permanece" e "nosso estado é vitorioso".
Os militantes exibiam bandeiras negras com as palavras "Alá Rasul Mohamed", utilizadas pelos grupos jihadistas.
Os confrontos iniciados na segunda-feira em Ramadi, após o desmantelamento pelas forças oficiais de um acampamento de opositores sunitas, prosseguiram por mais dois dias.
Na quarta-feira, os manifestantes enfrentaram as forças oficiais e incendiaram várias delegacias.
A violência chegou a Fallujah onde a polícia abandonou a maioria de suas posições na quarta-feira e os insurgentes queimaram algumas delegacias.
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, anunciou na terça-feira a retirada do exército das cidades conturbadas da província de Anbar, mas mudou de ideia no dia seguinte.
As forças armadas permaneciam nesta quinta-feira nas proximidades de Ramadi.
O fim do acampamento dos opositores foi uma vitória para Maliki, que há muito tempo desejava acabar com o que chamava de "sede da liderança da Al Qaeda".
Mas a operação teve um alto custo para a segurança em Anbar.
O fim do local representou o fim de um sinal físico da discriminação denunciada pelos sunitas, mas o conflito do grupo com as forças de segurança permanece sem solução.