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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - A instalação do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte deve ocorrer entre setembro e outubro, e o custo total da obra será o "meio termo" entre os R$ 19 bilhões previstos com base em dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e os R$ 31 bilhões previsto por empreiteiras. As afirmações são do presidente do consórcio Norte Energia, José Aílton de Lima, grupo vencedor do leilão. Na avaliação dele, o negócio será lucrativo.
"Estou absolutamente convencido de que haverá retorno financeiro. Até porque somos orientados pela holding, e ela trabalha com uma participação mínima de taxa de retorno que tem por base o mercado", disse ele à Agência Brasil.
Lima coordenou, no consórcio vencedor, o processo de lance do leilão da hidrelétrica. "Nós trabalhamos com a hipótese de encerrar o leilão logo no primeiro lance. Imaginamos que os concorrentes apresentariam uma redução máxima de 1% em relação ao preço-teto [R$ 83 por megawatt-hora]. Como seria necessária uma diferença mínima de 5% [entre as propostas, para que o leilão fosse finalizado logo na primeira fase], propusemos um deságio de 6,02%", acrescentou. O preço apresentado pela Norte Energia foi de R$ 77,97 por megawatt-hora.
Segundo Lima, o canteiro de obras deverá ser montado entre setembro e outubro deste ano. "Além de dependermos ainda da licença para instalação, que será fornecida pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], levará tempo para que a mobilização de máquinas e trabalhadores seja feita. Nossa expectativa é de que o canteiro de obras seja montado entre setembro e outubro", disse.
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A fase atual é a de identificar viabilidades. Concluída a etapa do leilão, iniciaremos a do projeto básico, quando melhorias poderão ser introduzidas. Depois, terá início o projeto executivo, quando ocorrem os desmatamentos, as explosões de rochas e a modificação da morfologia ambiental, explica Lima.
Ele disse considerar desnecessário o estardalhaço feito pela mídia sobre a possibilidade de mudança das empresas que compõe o consórcio, e nega que a informação de que dois sócios teriam cogitado abandonar o grupo tenha vazado por ele, como foi noticiado por alguns veículos.
Não foi por mim que vazou essa informação. De qualquer jeito há, no edital, previsão do direito de retirada em caso de dúvida. Eles teriam sete dias para confirmar se exerceriam esse direito, mas acabaram optando por continuar no consórcio. E mesmo que não quisessem continuar, não haveria problemas, desde que a saída fosse oficializada no momento da outorga, argumenta o presidente do consórcio vencedor.
Outra crítica que Lima faz à forma como o assunto foi tratado pela imprensa está relacionada à participação estatal no grupo. Mais de 50% das participações são da iniciativa privada. Ela é majoritária. Portanto é um erro dizer que esse consórcio seja estatal, afirma. Subsidiária da Eletrobras, a Chesf detém 49,98% das participações.
A possibilidade de a estatal aumentar essa fatia, entretanto, não é desconsiderada. Nós não trabalhamos com esse cenário porque sabemos que será um investimento lucrativo e que, por isso, despertará o interesse de empresas do setor privado. Mas, como disse o presidente Lula, pode ser que a fatia estatal aumente, mas apenas no caso de não aparecerem sócios.
O consórcio Norte Energia é formado por nove empresas: Chesf, com 49,98%; Construtora Queiroz Galvão, com 10,02%; Galvão Engenharia, com 3,75%; Mendes Junior Trading Engenharia, com 3,75%; Serveng-Civilsan, com 3,75%; JMalucelli Construtora de Obras, com 9,98%; Contern Construções e Comércio, com 3,75%; Cetenco Engenharia, com 5%; e Gaia Energia e Participações, com 10,02%.