Usina nuclear no Irã: as medidas, que as partes analisarão na capital iraniana, poderiam incluir a investigação de possíveis dimensões militares de o programa nuclear do país (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 14h59.
Viena - Uma equipe de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) retoma neste sábado as negociações com o Irã para intensificar os controles do polêmico programa nuclear do país.
Liderados pelo diretor adjunto da AIEA para salvaguardas, o finlandês Tero Varjoranta, os inspetores se reunirão com representantes iranianos, informaram à Agência Efe fontes do organismo.
O objetivo do encontro, inicialmente previsto para 21 de janeiro, é fixar os novos propósitos de cooperação, já que neste mês vence o prazo inicial de três meses que o Irã tem para cumprir medidas práticas de cooperação.
As novas medidas, que as partes analisarão na capital iraniana, poderiam incluir a investigação de possíveis dimensões militares de o programa nuclear do país.
A suposição, que a AIEA mencionou em novembro de 2011 em um de seus relatórios técnicos sobre o Irã, se baseia em informações recebidas por vários serviços de inteligência. O Irã rejeita essas versões, que incluem possíveis experimentos clandestinos a fim de construir bombas nucleares, dizendo que só tem intenções pacíficas, como a geração de energia.
Um porta-voz iraniano afirmou hoje em Teerã que o país está disposto a responder a todas as perguntas da AIEA, informou a televisão estatal em inglês "Press TV".
Behruz Kamalvandi, representante da Organização de Energia Atômica do Irã (Oiea), informou que as partes analisarão "a futura cooperação" após o vencimento do prazo de três meses.
Ele acrescentou que, das quatro medidas pendentes, o Irã já respondeu a três, e que oferecerá informação sobre a última nos próximos dias.
Entre as medidas que o Irã cumpriu até agora, destacam as visitas dos inspetores à usina de produção de água pesada em Arak e de uma mina de urânio.
As negociações da AIEA com o Irã, que poderiam durar um ou dois dias, segundo fontes do organismo, acontecem no marco dos contatos paralelos entre Teerã e as cinco potências do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha, o chamado grupo G5+1.
O diálogo multilateral conduziu em novembro de 2013 à assinatura de um acordo nuclear interino, segundo o qual os Estados Unidos e a União Europeia levantariam algumas sanções impostas ao Irã em troca de o país suspender certas atividades nucleares, o que aconteceu no mês passado.
A próxima reunião de diálogo multilateral está prevista para 18 de fevereiro em Viena.
Para esse encontro é esperado a represente de Política Externa da UE, Catherine Ashton, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, enquanto as seis potências estarão representadas por diretores políticos, informaram à Efe fontes comunitárias.
A reunião, da qual não são esperados resultados concretos ainda, seria a primeira ao período transitório de seis meses no qual as partes se propuseram a chegar a um acordo amplo, que ponha fim no conflito nuclear com o Irã depois de mais de uma década.