Mundo

Inquerito sobre JPMorgan envolve filha de ex-premiê chinês

Banco pagou US$1,8 milhão ao longo de dois anos para uma pequena empresa de consultoria administrada pela filha do ex-primeiro-ministro da China Wen Jibao,


	Sede do JPMorgan:  jornal disse que o JPMorgan firmou um contrato de 75 mil dólares mensais com uma consultoria gerida por Lily Chang e aparentemente com apenas um outro funcionário
 (©afp.com / Spencer Platt)

Sede do JPMorgan:  jornal disse que o JPMorgan firmou um contrato de 75 mil dólares mensais com uma consultoria gerida por Lily Chang e aparentemente com apenas um outro funcionário (©afp.com / Spencer Platt)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 11h09.

Hong Kong - O banco JPMorgan pagou 1,8 milhão de dólares ao longo de dois anos para uma pequena empresa de consultoria administrada pela filha do ex-primeiro-ministro da China Wen Jibao, publicou o jornal The New York Times nesta quinta-feira, uma revelação que é parte de uma amplo inquérito dos EUA sobre as práticas do banco de Wall Street na região.

Com base em documentos, arquivos públicos e entrevistas, o jornal disse que o JPMorgan firmou um contrato de 75 mil dólares mensais com uma consultoria gerida por Lily Chang e aparentemente com apenas um outro funcionário. O jornal disse que Chang é um codinome para Wen Ruchun, a única filha de Wen Jibao, que enquanto premiê tinha ingerência sobre instituições financeiras.

Autoridades dos EUA investigam as práticas contratuais do JPMorgan na China como parte de um inquérito maior sobre suborno para esclarecer se o banco ofertava contratos e empregos para vencer concorrências. Bancos de investimentos possuem um longo histórico em todo mundo de contratar pessoas com ligações chave que possam servir para vencer disputas na assessoria a negócios importantes e lucrativos.

A prática foi disseminada na China no início dos anos 2000, quando bancos de investimento se empenharam na chamada 'caçada aos elefantes' --a perseguição a mandatos para gerir as ofertas de ações multibilionárias das gigantes empresas estatais chinesas.

A distinção entre contratar um parente de uma autoridade estrangeira que pode ser bem conectado e contratar tal pessoa com a expectativa explícita de vencer um negócio específico é vital para provar as violações às leis norte-americanas.

A unidade antissuborno da Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA (SEC, na sigla em inglês) é responsável pelo inquérito sobre o JPMorgan, uma fonte familiar com o assunto disse à Reuters anteriormente.


Na reportagem publicada pelo The New York Times nesta quinta-feira, o jornal disse que a empresa de Wen Ruchun, chamada Fullmark Consultants, recebeu um total de 1,8 milhão de dólares do JPMorgan entre 2006 e 2008.

Uma porta-voz do JPMorgan em Hong Kong disse nesta quinta-feira que o banco estava "coperando intregralmente com os reguladores". Ela se negou a dar mais detalhes e indicou o relatório trimestral do banco de 1o de novembro, no qual a instituição financeira deu informações sobre o inquérito, revelando que não só a SEC, mas também o Departamento de Justiça dos EUA e agências de outras jurisdições estão investigando as práticas contratuais em Hong Kong.

Procurada pela Reuters, Wen Ruchun não foi encontrada para comentar.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBancosbancos-de-investimentoChinaEmpresasEmpresas americanasFinançasJPMorgan

Mais de Mundo

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson