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Indústrias negociam troca de energia de Belo Monte

São Paulo - O swap (troca) de energia por meio dos geradores deve ser a saída para viabilizar a participação das grandes indústrias localizadas fora da Região Norte, que demonstram interesse em participar do projeto da usina de Belo Monte (PA) como autoprodutores. Essa possibilidade vem sendo discutida entre o consórcio Norte Energia e as indústrias, […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - O swap (troca) de energia por meio dos geradores deve ser a saída para viabilizar a participação das grandes indústrias localizadas fora da Região Norte, que demonstram interesse em participar do projeto da usina de Belo Monte (PA) como autoprodutores. Essa possibilidade vem sendo discutida entre o consórcio Norte Energia e as indústrias, informou hoje o diretor de Meio Ambiente e Energia da Gerdau, Érico Sommer.

"Sem o swap de energia, dificilmente poderíamos viabilizar a nossa participação (no projeto)", disse o executivo, durante evento sobre o mercado livre. A Gerdau é uma das interessadas em Belo Monte, mas ainda não decidiu se entrará no empreendimento.

O swap de energia via geradores é algo permitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), conforme demonstrado em ofício encaminhado à Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape) recentemente. O regulador, porém, não permite que o swap seja realizado entre as próprias indústrias.

Com a troca de energia, os consumidores não ficariam expostos ao chamado "risco de submercado", que é a diferença de preço da energia entre as regiões do País. Esse risco é um dos fatores de incerteza para essas empresas em Belo Monte, já que as suas cargas estão localizadas no Sul e no Sudeste - e não no Norte.

Segundo o executivo, para que o swap de energia via gerador funcione é preciso que o consórcio tenha um agente com contratos de compra e venda de energia em todas as regiões. No consórcio, esta função é da estatal Chesf. "Um gerador desse porte teria muita mais flexibilidade de realizar o swap de energia", afirmou Sommer, que ponderou que isso depende de regulamentação da Aneel. Hoje, 30% da oferta de Belo Monte está descontratada, sendo que 10% desse volume será vendido aos autoprodutores e 20% aos clientes livres.


Preços

Apesar do swap de energia via gerador minimizar o risco para a indústria, o executivo comentou que a Gerdau ainda avalia outros elementos para tomar a decisão de ingressar ou não em Belo Monte. Sem revelar números, Sommer disse que a questão do orçamento do projeto está mais clara hoje e que as negociações em torno do preço da energia estão evoluindo. "Até o final de junho, a sociedade de propósito específico (SPE) de Belo Monte será fechada", afirmou.

Isso sinaliza uma mudança no discurso da companhia. Anteriormente, a Gerdau argumentava que faltavam informações do consórcio Norte Energia para que a empresa pudesse tomar uma decisão sobre a entrada no projeto como investidor. "Hoje, já temos mais tranquilidade para tomar a decisão certa", reconheceu Sommer. Caso entre no projeto, a intenção da Gerdau é adquirir uma parte da fatia da energia destinada ao autoprodutor.

A hidrelétrica Belo Monte, localizada no Rio Xingu (PA), tem potência instalada de 11 mil megawatts (MW) e investimento previsto de R$ 19 bilhões. Além da Gerdau, a CSN, a Alcoa e a Braskem demonstram interesse na hidrelétrica.

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