Sede da Fiesp: Fiesp indicou que prepara uma missão de 150 empresários para viajar em outubro ao Paraguai e se reunir com representantes do Governo e do setor privado do país (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2013 às 12h26.
São Paulo - A indústria brasileira pretende se aproximar do Paraguai a partir do uso da nova linha de transmissão elétrica que o vizinho país irá inaugurar neste mês entre a hidrelétrica de Itaipu e Villa Hayes, na região metropolitana de Assunção, informaram nesta terca-feira fontes empresariais.
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a maior agremiação industrial do Brasil, apontou que para os empresários do setor têxtil brasileiro, sai mais caro produzir no Paraguai do que importar produtos acabados da China.
A Fiesp indicou à Agência Efe que prepara uma missão de 150 empresários para viajar em outubro ao Paraguai e se reunir com representantes do Governo e do setor privado do país.
A patronal, além disso, organiza um encontro em São Paulo para 4 de novembro entre empresários de ambos os países e no qual espera-se a presença do presidente do Paraguai, Horacio Cartes.
O Governo de Cartes quer dar prioridade à industrialização do país, com melhor proveito dos recursos de eletricidade, e mantendo o Brasil como um dos principais destinos de sua produção.
'O Paraguai pode ser complemento industrial do Brasil, sobretudo no que tem a ver com mão de obra e uso intensivo de energia', declarou ao jornal 'Valor Econômico' o vice-ministro paraguaio de Indústria, Óscar Stark.
Para 24 de setembro, está prevista a inauguração dos 348 quilômetros da nova linha de transmissão, que custou US$ 550 milhões e contou com o financiamento do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focen).
Segundo Stark, essa infraestrutura permitirá que seu país 'dobre o uso' de energia, pois na atualidade consome apenas 20% dos 54 milhões de megawatts que produz e passará a consumir vinte milhões de megawatts nos próximos sete anos, enquanto continuará exportando o excedente ao Brasil e Argentina.
'Temos tempo para equilibrar isso', apontou Stark.