Navio da Indonésia participa de buscas por avião da AirAsia: o mar de Java foi cenário de várias batalhas navais durante a 2ª Guerra Mundial e tem vários destroços de navios (REUTERS/Antara Foto/Andika Wahyu)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 05h55.
Bangcoc - As autoridades da Indonésia não confirmaram ainda se os grandes destroços encontrados no mar de Java pertencem ao avião da companhia AirAsia, que se acidentou no dia 28 de dezembro com 162 pessoas a bordo, quando completam nesta quarta-feira 11 dias de buscas.
As correntes marítimas e o limo do fundo marinho onde estão enterrados os supostos destroços da aeronave dificultam a tarefa dos mergulhadores, que não puderam confirmar visualmente se as partes são da fuselagem do avião.
O mar de Java foi cenário de várias batalhas navais durante a Segunda Guerra Mundial e tem vários destroços de navios em seu fundo marinho, o que pode dificultar as buscas e confundir os mergulhadores.
As tarefas de busca se concentram principalmente em um objeto que está a cerca de 28 metros de profundidade. Segundo as autoridades indonésias, o mesmo seria parte da cauda do avião, lugar onde geralmente se encontram as caixas-pretas.
A recuperação desses dispositivos é crucial para saber o que aconteceu com o Airbus A320-200 do voo QZ8501 da AirAsia.
"Identificaremos os destroços, que parecem fazer parte do corpo do avião, o mais rápido que for possível", declarou aos meios de imprensa Tatang Zainudin, coordenador das operações de busca.
As equipes de resgate continuam à procura de mais vítimas, das quais 39 corpos já foram recuperados.
Segundo as autoridades, o restante dos corpos provavelmente estão presos dentro dos destroços da fuselagem.
O voo QZ8501 decolou da cidade de Surabaia, na ilha de Java, no dia 28 de dezembro e deveria ter aterrissado em Cingapura cerca de duas horas depois, mas caiu no mar de Java 40 minutos após partir.
A aeronave transportava 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um francês, um malaio e um cidadão de Cingapura, entre passageiros e tripulação.
O piloto solicitou à torre de controle para fazer um desvio à esquerda na rota e subir de 32 mil para 38 mil pés com o objetivo de contornar uma tempestade. A alteração de curso foi aprovada, mas a elevação negada porque outra aeronave já trafegava na mesma altitude.
Minutos depois, quando os controladores de voo tentaram entrar em contato para informar que o avião da AirAsia estava autorizado a subir até 34 mil pés, não houve resposta. A aeronave já havia sumido dos radares.
Em janeiro de 2007, um Boeing 737-400 da extinta companhia aérea Adam Air sofreu um acidente com 102 pessoas a bordo, a maioria indonésios, no mar de Java.
Os destroços foram encontrados dez dias depois e as investigações revelaram que os pilotos tinham desligado o piloto automático por erro enquanto tentavam resolver um problema no painel de navegação. EFE
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