O presidente da Indonésia Joko Widodo (à esquerda), acompanhado pelo vice presidente Jusuf Kalla: país notificou estrangeiros sobre execução (REUTERS/Antara Foto/Yudhi Mahatma)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2015 às 10h49.
Sydney - As autoridades da Indonésia deram neste sábado a notificação final prévia à execução de pelo menos três presos que estão no corredor da morte condenados por narcotráfico, informou hoje a imprensa local.
Os australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran, e a filipina Mary Jane Veloso fazem parte do grupo de dez presos que podem ser executados semana que vem.
Por enquanto, não vazou se outros réus também receberam a notificação, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, além de um francês, três nigerianos, um ganês e um indonésio.
Uma porta-voz da embaixada brasileira em Jacarta disse à Agência Efe por telefone que, por enquanto, não conseguiram confirmar se Gularte também recebeu a notificação final.
Chan e Sukumaran foram informados durante uma reunião na penitenciária de Nusakambangan, em Java central, segundo a agência australiana AAP.
Veloso também foi informada de que a execução pode acontecer na próxima terça-feira por um pelotão de fuzilamento, contou a advogada Minnie López à emissora filipina "dzMM".
Os presos foram informados ao mesmo tempo em que acontecia uma reunião entre advogados e diplomatas dos países envolvidos na cidade de Cilicap com as autoridades indonésias, que ontem ordenaram o início dos preparativos.
Antes deste encontro, o porta-voz da promotoria, Tony Spontana, disse ao grupo australiano News Corp que a notificação obrigatória de 72 horas prévia à execução aconteceria hoje, mas que a execução poderiam demorar mais do que os próximos três dias.
Apesar dos pedidos de clemência de Austrália, Brasil e França, o presidente indonésio, Joko Widodo, reiterou a firmeza de seu governo contra o narcotráfico e descartou aceitar o pedido para qualquer um dos condenados.
Em janeiro a Indonésia fuzilou seis traficantes, incluído o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática que teve a intervenção da presidente brasileira, Dilma Rousseff.
A Indonésia, que retomou as execuções em 2013 após cinco anos de trégua, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, 57 por narcotráfico, dois por terrorismo e 74 por outros delitos.