Manifestação em apoio ao ex-agente da NSA: documento vazado por Snowden descreve um programa que mantêm equipamentos de vigilância para coletar comunicações eletrônicas (Jonathan Ernst/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de novembro de 2013 às 10h05.
Sydney - O embaixador da Austrália na Indonésia, Greg Moriarty, se reuniu com autoridades do governo local nesta sexta-feira após ser convocado para dar explicações sobre os relatos de que a Embaixada Australiana em Jacarta é um centro do programa dos EUA de coleta de dados eletrônicos secretos.
Um documento da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos EUA vazado por Edward Snowden, ex-técnico da agência, e publicado nesta semana pela revista alemã Der Spiegel descreve um programa de inteligência chamado "Stateroom" para o qual embaixadas dos EUA, do Reino Unido, da Austrália e do Canadá mantêm equipamentos de vigilância para coletar comunicações eletrônicas.
Esses países, junto com a Nova Zelândia, participam de um acordo de compartilhamento de informações conhecido como "Cinco Olhos". A Embaixada Australiana em Jacarta foi listada como uma das envolvidas em uma reportagem da agência Fairfax, junto com embaixadas do mesmo país em Bangcoc, Hanói, Pequim e Dili, no Timor Leste, além de Altos Comissariados em Kuala Lumpur e Porto Moresby, em Papua Nova Guiné.
O governo da Indonésia considerou tais ações "uma séria quebra das normas e éticas diplomáticas" e convocou Moriarty para uma reunião com o secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, Budi Bowoleksono, na sexta-feira.
"Da minha perspectiva foi uma boa reunião e agora eu tenho que reportar diretamente ao meu governo", disse Moriarty após a reunião. O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, declarou apenas que o governo do seu país não quebrou qualquer lei.