Mundo

Índios barram acesso a canteiro de obras de Belo Monte

Segundo os índios, obras da hidrelétrica turvaram águas do Rio Xingu, impedindo a pesca


	Caminhões trabalham em obra da barragem principal de Belo Monte: índios da etnia Juruna pediram inicialmente R$ 300 mil como compensação ambiental pelas obras
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Caminhões trabalham em obra da barragem principal de Belo Monte: índios da etnia Juruna pediram inicialmente R$ 300 mil como compensação ambiental pelas obras (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 21h41.

Cuiabá - Há três dias índios da etnia Jurunas bloqueiam a estrada que dá acesso ao Sítio Pimental, um dos três canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu em Altamira do Pará.

Esta é a sétima paralisação da obra mais importante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em nota, a Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica, informou que os índios se queixam de que as obras deixaram as águas do Rio Xingu turvas, impedindo-os de pescar.

Ainda segundo a empresa, os índios exigiram, inicialmente, R$ 300 mil a título de compensação ambiental e mais a construção de poços artesianos nas aldeias para liberar a pista.

Nos dois primeiros dias do bloqueio, não houve travessia de caminhões. Nesta quarta-feira, apenas caminhões transportando combustível e alimentos para os trabalhadores alojados no canteiro de obras e o pessoal de limpeza e segurança foram autorizados pelos índios a entrar no Sítio Pimental (a 69 km de Altamira), onde trabalham aproximadamente 4 mil funcionários diretos e terceirizados.

O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras nos canteiros, disse através da assessoria que "aguarda um acordo entre a Norte Energia e as lideranças indígenas, para que possa retomar a produção no Sítio Pimental. Há possibilidade de que a volta ao trabalho em Pimental ocorra na manhã de quinta-feira (10)".

Ainda de acordo com o CCBM, apesar da interrupção total dos serviços no Sítio Pimental, o bloqueio não afetou o acesso aos outros dois canteiros de obras: Canais e Diques, que ficam na mesma estrada vicinal, a chamada Travessão 27, mas antes do Sítio Pimental; e Sítio Belo Monte, a cerca de 30 quilômetros do local do bloqueio.


Segundo o CCBM, a construção da Hidrelétrica Belo Monte, "é uma grande obra que tem um cronograma de longo prazo (conclusão em 2019). Por esse motivo, não é possível mensurar prejuízos por paralisação em um só canteiro em períodos curtos".

De acordo com o consórcio, em obras do gênero, a paralisação do trabalho em um canteiro pode ser compensada, por exemplo, com o remanejamento pontual de equipes de outras frentes de obras para o canteiro que permaneceu por alguns dias sem produção. Retomado o cronograma, as equipes de fora retornam para a frente de obras de origem.

A assessoria da Norte Energia, informou que o "diálogo da Norte Energia com os Juruna para desbloqueio do Travessão 27 ainda não havia encerrado até às 18 horas".

Acompanhe tudo sobre:Belo MonteEnergia elétricaHidrelétricasUsinas

Mais de Mundo

Payroll: criação de emprego nos EUA em abril fica acima das expectativas do mercado

Trump ameaça retirar isenção fiscal de Harvard

Equador só permitirá entrada de turistas brasileiros com certificado de vacina contra febre amarela