Arassari, liderança indígena da tribo pataxó, observa as obras do Maracanã: a ideia é fazer uma reedição da Kari-Oca, como a que houve na Rio 92 (Christophe Simon)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2012 às 08h02.
Brasília – Paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, cerca de mil índios de várias etnias e países estarão reunidos para debater as questões que angustiam os chamados povos originais. Confirmaram presença representantes da Nigéria, do Japão e do Canadá, além dos brasileiros. Os índios ficarão em uma aldeia urbana denominada Kari-Oca, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.
Até o dia 22, os líderes indígenas deverão debater questões relativas ao meio ambiente e ao combate à pobreza. A Kari-Oca é formada por alojamentos, refeitório e cinco tendas para a discussão de temas e atividades culturais, além de duas ocas tradicionais de povos do Alto Xingu - erguidas com vigas de madeira levadas pelos índios
A ideia é fazer uma reedição da Kari-Oca, como a que houve na Rio 92. O objetivo é permitir que as sugestões apresentadas pelos líderes indígenas sejam analisadas pelos chefes de Estado e de Governo que se reunirão entre os dias 20 e 22. O documento final, a ser elaborado pelos índios, se baseará em três eixos: a cultura como parte essencial da economia verde, a soberania alimentar no mundo moderno e a sustentabilidade.
Em vários países latino-americanos, como o Equador e a Bolívia, os povos indígenas exercem forte influência nas decisões políticas e econômicas. Na Bolívia, por exemplo, é comum que os discursos públicos sejam feitos em espanhol e no idioma indígena predominante. O presidente boliviano, Evo Morales, sempre se dirige com destaque aos que chama de “povos originais”, em referência aos índios.