Policiais belgas fazem busca: ambos os acusados asseguram que seu papel foi "meramente logístico" (Yves Herman/REUTERS)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2015 às 08h04.
Bruxelas - As inspeções nas residências dos dois acusados de terrorismo na Bélgica em conexão com os atentados de Paris permitiram encontrar nitrato de amônio, um composto químico que pode ser utilizado para a fabricação de explosivos, informou nesta terça-feira o jornal "La Dernière Heure".
Hamza Attou e Mohamed Amri foram as duas únicas pessoas das sete detidas na Bélgica após os atentados em Paris que foram postas sob mandado de prisão na segunda-feira, acusados de "assassinato terrorista e participação em atividades de uma organização terrorista", enquanto os cinco restantes ficaram em liberdade sem acusações.
Attou e Amri se deslocaram do distrito de Molenbeek, em Bruxelas, até Paris, onde eram esperados por Salah Abdeslam, um dos supostos autores do massacre, em paradeiro desconhecido e alvo de um mandado de prisão internacional.
Ambos os acusados asseguram que seu papel foi "meramente logístico" e se limitou à mudança de Abdeslam da França para a Bélgica, sem terem participado de nenhum dos atentados de Paris, onde não se encontravam no momento dos incidentes.
Ao serem interrogados sobre a presença de nitrato de amônio em suas residências, os acusados explicaram que o utilizavam para fertilizar o jardim.
No imóvel de Attou também foi encontrada munição de diferentes calibres, principalmente para rifles.
Os acusados negam que soubessem que Salah Abdeslam tinha participado dos atentados e dizem que receberam uma ligação sua horas depois dos ataques no Stade de France, na noite de sexta-feira.
No entanto, a investigação aponta que essa ligação ocorreu na madrugada do sábado.
Attou e Amri pegaram Abdeslam no boulevard Barbès, em pleno coração de Paris, por volta das 5h da manhã em um Volkswagen Golf propriedade de Attou e conduzido por Amri.
O veículo passou pelos controles da polícia até três vezes sem ser parado, por isso chegaram até Molenbeek.
As versões sobre onde os acusados deixaram Salah se contradizem. O ponto em que coincidem é que ambos não viram o transferido portar armas.
Segundo a emissora "RTBF", os acusados eram frequentadores de um bar em Molenbeek que pertencia a Ibrahim Abdeslam, o irmão de Salah que morreu nos atentados de Paris ao detonar um colete de explosivos.