Donald Trump: Mark Green é o segundo indicado pelo presidente norte-americano para o cargo que se retira antes de ser sabatinado pelo Senado (Aaron P. Bernstein/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de maio de 2017 às 21h10.
Washington - Indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para ser secretário do Exército, Mark Green anunciou nesta sexta-feira que desistiu de tentar assumir o cargo por causa da polêmica gerada por comentários feitos por ele em relação aos transexuais, latinos, refugiados sírios e outros.
Esse é o segundo indicado por Trump para o cargo que se retira antes de ser sabatinado pelo Senado.
O primeiro nomeado do presidente, o milionário Vicent Viola, também desistiu do posto em fevereiro para evitar ser acusado de conflitos de interesse.
"Com profunda pena, retiro minha nomeação para ser secretário do Exército. Para enfrentar os desafios desse cargo, não deveria haver distrações. E, infelizmente, devido aos ataques falsos e enganosos contra mim, essa nomeação se converteu em uma distração", afirmou Green em comunicado, agradecendo Trump por sua confiança.
Senador no estado de Tennessee, Green gerou polêmica pelos vários comentários que fez no Congresso. O que mais chamou a atenção foi quando o senador disse que ser "transgênero é uma doença".
Em outra oportunidade, durante uma entrevista a um programa de rádio, Green chamou uma refugiada síria de "gente do Estado Islâmico".
Em nova ocasião, defendeu a ideia de "agir contra o doutrinamento do islã nas escolas públicas do país".
Os comentários foram muito criticados por senadores democratas, que anunciaram nesta semana que votariam contra a nomeação.
Eles ganharam o apoio de várias organizações não governamentais e de alguns militares reformados.
Apesar de precisar apenas do apoio dos republicanos, alguns senadores do partido de Trump, como o presidente do Comitê das Forças Armadas, John McCain, tinham expressado preocupações sobre as declarações do postulante ao cargo de secretário do Exército.
No comunicado divulgado hoje, Green afirmou que suas "crenças cristãs" tinham sido "mal interpretadas e atacadas por poucos do outro lado do espectro político, para seu próprio benefício partidário".
"Esses falsos ataques não afetam as necessidades do Exército nem minhas qualificações para servir, mas acredito que é crucial dar ao presidente a capacidade de continuar em frente com sua missão de restaurar nossas Forças Armadas e colocá-lo no lugar correto no mundo", completou Green.