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Índia supera China em índice global de ações pela primeira vez; veja ranking

Ações indianas ganham maior participação no índice MSCI All-Country, refletindo crescimento econômico e aumento da liquidez

Mercado indiano tem atraído crescente atenção dos investidores pelo mundo. (The Image Bank/Getty Images)

Mercado indiano tem atraído crescente atenção dos investidores pelo mundo. (The Image Bank/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 19 de setembro de 2024 às 08h06.

A Índia ultrapassou a China em participação no índice MSCI All-Country World, que rastreia ações de todo o mundo disponíveis para investidores. A participação indiana subiu para 2,33%, superando a chinesa, que ficou em 2,06%. Esse marco reforça o crescente interesse dos investidores pelo mercado da Índia, ao mesmo tempo em que a economia chinesa desacelera e os gestores de fundos reduzem suas exposições a ativos chineses. As informações são do Financial Times.

A ascensão da Índia no índice global reflete o forte crescimento do mercado de ações do país, impulsionado pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB), o mais alto entre as grandes economias. O índice Nifty 50, que agrega as principais empresas listadas na Índia, atingiu novos recordes em 2023, graças ao aumento do investimento doméstico. Ao longo do ano, cerca de US$ 38 bilhões (cerca de R$ 208 bilhões) em capital foram direcionados ao mercado indiano, superando o volume registrado nos últimos 16 anos.

Além disso, o aumento da liquidez no mercado incentivou empresas indianas a buscar novas ofertas públicas iniciais (IPOs). Entre os destaques estão as ofertas da Ola Electric e da Bajaj Housing Finance, que ajudaram a levantar mais de US$ 38 bilhões (cerca de R$ 208 bilhões) no mercado de ações indiano em 2023, o maior valor arrecadado na Ásia.

Crescimento contínuo da Índia

No índice MSCI Emerging Markets, ajustado para “free float” (ações disponíveis para negociação), a Índia também superou a China, com uma participação de 22% contra 19% da China. No entanto, quando não ajustado, a China ainda lidera o índice de mercados emergentes, apesar de sua participação ter caído de 40% em 2020 para 25%. Enquanto isso, a Índia viu sua participação crescer de menos de 7% há uma década para cerca de 20% em 2023.

Especialistas acreditam que a trajetória de crescimento da Índia deve continuar, com analistas da Goldman Sachs prevendo que o índice Nifty 50 suba 8% até setembro de 2025, impulsionado pelo crescimento dos lucros corporativos. No entanto, eles alertam para os riscos de valorização excessiva, com o índice MSCI Índia atingindo um múltiplo preço/lucro recorde de 24,7 vezes, o mais alto já registrado.

Apesar das avaliações elevadas, analistas esperam que o fluxo de capital continue, especialmente se o Federal Reserve dos EUA reduzir as taxas de juros, o que beneficiaria os mercados emergentes. No entanto, eles alertam que um possível choque externo ou a recuperação das avaliações das empresas chinesas poderia alterar a dinâmica atual, revertendo a ascensão da Índia.

EUA dominam índice

O MSCI World Index é um indicador de ações globais que inclui grandes e médias empresas de 23 mercados desenvolvidos ao redor do mundo. Composto por 1.429 empresas, o índice abrange cerca de 85% da capitalização de mercado ajustada ao "free float" em cada país participante, tornando-se uma referência importante para investidores que buscam acompanhar o desempenho dos principais mercados globais.

Entre os países com maior peso no índice, os Estados Unidos lideram com 71,56% da participação, seguidos por Japão (5,79%), Reino Unido (3,82%), Canadá (3,05%) e França (2,86%). Esses cinco países juntos representam a maior parcela do índice, enquanto os outros mercados desenvolvidos contribuem com os restantes 12,93%.

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