Segunda nação mais populosa do planeta, Índia tem 1,3 bilhão de habitantes (Anshuman Poyrekar/Hindustan Times/Getty Images)
AFP
Publicado em 7 de setembro de 2020 às 11h07.
A Índia, segunda nação mais populosa do planeta, com 1,3 bilhão de habitantes, registrou 4,2 milhões de infecções de covid-19 desde o início da pandemia, segundo o ministério da Saúde, enquanto o Brasil registra 4,12 milhões de casos e os Estados Unidos, 6,25 milhões de contágios, de acordo com os números compilados pela AFP a partir de dados oficiais.
O país também contabiliza mais de 71.000 mortes, contra 188.540 dos Estados Unidos e mais de 126.000 do Brasil.
A taxa de crescimento de novos casos progride a um ritmo "bastante alarmante", afirmou o virologista Shahid Jameel, da Wellcome Trust/DBT India Alliance.
"Nas últimas duas semanas, a média passou de quase 65.000 para 83.000 casos por dia, o que representa um aumento de 27% em duas semanas e de 2% por dia", afirmou Jameel à AFP.
Apesar do aumento dos números, o metrô das grandes cidades indianas, incluindo Mumbai e capital Nova Délhi, uma megalópole de 21 milhões de habitantes, retomou o serviço nesta segunda-feira após quase seis meses de interrupção.
Em todo o planeta, a pandemia matou mais de 889.000 pessoas desde o fim de dezembro e infectou mais de 27 milhões, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais dos países.
América Latina e Caribe permanecem como a região mais afetada, com quase 290.000 vítimas fatais e mais de 7,7 milhões de contágios.
No domingo, o Equador anunciou o balanço de 10.524 mortes desde o início da epidemia ao modificar a metodologia oficial de compilação dos dados. A Bolívia, por problemas de comunicação entre regiões, também informou um aumento no balanço global de óbitos provocados pela covid-19, que supera 7.000.
O Peru registra a maior taxa de mortalidade do mundo, com 90 falecimentos para cada 100.000 habitantes. O país registra 683.702 casos confirmados de coronavírus e 29.687 mortes.
No Brasil, milhares de pessoas, muitas sem máscaras, se reuniram em diversas praias do Rio de Janeiro durante o fim de semana - a prefeitura permite apenas o banho de mar, não a permanência na areia.
"Temos medo, mas a felicidade de estar na praia é mais forte", disse à AFP Mateus da Silva, de 24 anos, que estava sem máscara.
Depois de vários meses com média diária de mais de mil mortes, o Brasil registra desde o fim de agosto uma leve redução e contabilizou na última semana a média de 869 óbitos e quase 40.000 contágios a cada dia.
O ministério da Saúde afirma que os números mostram uma "queda" na curva, mas especialistas independentes afirmam que a melhora ainda é "muito tímida e muito recente".
- Pais reclamam na Espanha -
Países onde a pandemia parecia ter perdido força voltaram a registrar uma aceleração dos casos, especialmente na Europa, onde os cidadãos retornam às escolas, universidades e ao trabalho.
No domingo, o Reino Unido registrou quase 3.000 novos casos, um número que não era observado desde o fim de maio. "O aumento é preocupante", admitiu o ministro da Saúde, Matt Hancock.
A epidemia também avança na França, com quase 25.000 novos casos em três dias.
Na Espanha, onde as escolas retomaram as atividades, apesar do forte aumento do número de casos, muitos pais se recusam a enviar os filhos para as aulas, apesar das ameaças de sanções.
"Para aprender, você tem a vida toda, mas saúde só existe uma", declarou Aroa Miranda, uma desempregada de 37 anos e que tem dois filhos, de 8 e 3 anos.
Ela decidiu não enviar as crianças para a escola esta semana em Castellón de la Plana (leste do país).
No Japão, apesar da incerteza na área da saúde, o vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), John Coates, afirmou que os Jogos de Tóquio, adiados para julho de 2021, acontecerão no próximo ano, "com ou sem" covid-19.
"Serão os Jogos que vão superar a covid, a luz no fim do túnel", declarou à AFP.
Mas a fronteiras do Japão continuam fechadas em grande medida aos estrangeiros e muitos especialistas duvidam que a pandemia esteja sob controle no segundo semestre de 2021. Além disso, pesquisas recentes mostram que muitos japoneses desejam um novo adiamento ou o cancelamento do evento.