Caxemira: os confrontos entre a população e as forças de segurança não cessaram (Cathal McNaughton/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2016 às 11h23.
Nova Délhi - O governo da Índia rejeitou nesta quarta-feira a proposta de diálogo feita pelo Paquistão para que fosse debatida a situação na Caxemira, território disputado pelas duas ex-colônias britânicas, e cuja parte indiana vive há mais de um mês em conflito entre civis e forças de segurança.
"O governo da Índia rejeita em sua totalidade as alegações interessadas (do Paquistão) sobre a situação em Jammu e Caxemira. (Esse estado) é uma parte integral da Índia sobre a qual o Paquistão não tem direitos", informou a diplomacia indiana em resposta enviada ao governo paquistanês.
Nova Délhi manisfestou a disposição do secretário de Relações Exteriores indiano, Subrahmanyan Jaishankar, a comparecer a Islamabad (Capital do Paquistão), desde que seja para tratar sobre a passagem de "terroristas" pela denominada Linha de Controle, fronteira de fato entre as duas regiões da Caxemira desde a década de 1970.
"Visto que os aspectos relacionados com a passagem de terroristas pela fronteira são centrais na situação atual em Jammu e Caxemira, propusemos que as discussões entre os secretários das Relações Exteriores sejam focadas sobre este tema", explicou o governo indiano.
A resposta ocorre no mesmo dia em que pelo menos dois soldados e um policial morreram em um ataque de supostos insurgentes contra um comboio militar na Caxemira indiana, no quarto incidente deste tipo nos últimos três dias na região, segundo informa a agência indiana "Ians".
Outro ataque a uma delegacia deixou ontem cinco policiais feridos, enquanto na segunda-feira passada, na comemoração do Dia da Independência da Índia, dois supostos insurgentes e um membro das forças de segurança indianas morreram em outro atentado.
Nesse mesmo dia, outros dois supostos insurgentes foram abatidos pelo exército indiano na Linha de Controle.
O secretário das Relações Exteriores do Paquistão, Aizaz Ahmad Chaudhry, propôs na segunda-feira passada que seu colega indiano viajasse a Islamabad para tratar da situação da Caxemira, "principal ponto de tensão" entre os dois países.
Os confrontos entre a população e as forças de segurança não cessaram na Caxemira indiana desde que em 8 de julho deste ano foi abatido um insurgente separatista da região, o que criou uma onda de protestos violentos.
A ex-colônias britânicas travaram várias guerras pelo território da Caxemira desde a partilha do subcontinente em 1947 após o fim do período colonial.