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Índia e China retomam voos diretos após cinco anos de suspensão

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Índia, ambos os países concordaram "em princípio" com o retorno das operações aéreas

China: acordo sinaliza melhora nas relações diplomáticas entre as duas maiores nações em população do mundo (Leandro Fonseca/Exame)

China: acordo sinaliza melhora nas relações diplomáticas entre as duas maiores nações em população do mundo (Leandro Fonseca/Exame)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 07h13.

Última atualização em 28 de janeiro de 2025 às 07h16.

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A Índia e a China chegaram a um acordo para retomar os voos diretos entre os dois países, suspensos desde o início da pandemia de Covid-19 e agravados por tensões políticas nos últimos cinco anos. A decisão marca um avanço significativo na relação entre as duas maiores nações populosas do mundo.

O anúncio foi feito após a visita de Vikram Misri, secretário de Relações Exteriores da Índia, a Pequim. Esta foi uma das reuniões mais importantes entre os países desde o embate militar de 2020, ocorrido na fronteira dos Himalaias, que resultou em mortes e intensificou o distanciamento entre as potências.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Índia, ambos os países concordaram "em princípio" com o retorno das operações aéreas. As autoridades técnicas das duas nações se reunirão para definir os detalhes e estabelecer um novo formato para os voos. Antes da suspensão, cerca de 500 voos mensais conectavam os dois países, de acordo com a imprensa indiana.

A visita de Misri também trouxe avanços em outras áreas. Pequim autorizou a retomada de peregrinações indianas a um importante santuário hindu, paralisadas desde 2020. Além disso, os representantes discutiram estratégias para melhorar a confiança mútua, abordar questões comerciais pendentes e avançar na diplomacia.

Conflitos e retomada gradual de relações

Os voos entre Índia e China foram interrompidos em 2020, primeiro devido à pandemia e, posteriormente, às consequências do confronto na fronteira. O incidente deixou ao menos 20 soldados indianos e quatro chineses mortos, além de intensificar medidas restritivas contra empresas chinesas na Índia.

Desde então, ambos os governos têm buscado formas de restaurar laços diplomáticos. No final de 2022, os dois países chegaram a um acordo de desengajamento militar em uma área disputada. Pouco depois, o primeiro encontro formal em cinco anos entre o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente chinês, Xi Jinping, marcou outro passo na direção de normalização.

Especialistas avaliam que o reinício dos voos diretos representa um gesto pragmático entre as nações, que continuam competindo por influência estratégica na Ásia do Sul. “O desenvolvimento e a melhoria das relações sino-indianas são fundamentais para os interesses de ambos os países”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado.

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