Narendra Modi: "A importância da estátua não é medida somente em metros, mas será é grande por envolver valores educativos, históricos, nacionais e espirituais", diz o chefe de governo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2013 às 14h23.
Nova Délhi - O chefe do Governo regional indiano de Gujarat, Narendra Modi, colocou nesta quinta-feira a primeira pedra da qual será a estátua mais alta do mundo, com 182 metros de altura, e que representará Sardar Patel, um dos pais da nação indiana.
O tiro de largada do início do faraônico projeto, que custará cerca de US$ 300 milhões - segundo o canal local "NDTV"-, coincidiu com o aniversário do nascimento de Patel há 138 anos no estado de Gujarat, situado no oeste e um dos mais prósperos da Índia.
Patel é conhecido no gigante asiático como "o homem de ferro da Índia" e é lembrado, sobretudo, por sua grande contribuição com a manutenção da união no país após a independência da colônia britânica em 15 de agosto de 1947.
"A importância da estátua não é medida somente em metros, mas será é grande por envolver valores educativos, históricos, nacionais e espirituais (à sociedade)", afirmou o chefe do Governo de Gujarat através de um comunicado.
Modi, candidato por seu partido Bharatiya Janata Party (BJP) para as eleições gerais que serão realizadas em 2014 na Índia, anunciou que seu "sonho" ao construir a "estátua da unidade" é que se transforme em uma "inspiração" para as gerações futuras.
A decisão de Modi de elogiar a figura de Patel surpreendeu alguns analistas, pois este pertenceu ao Partida do Congresso -no poder na atualidade- onde foi ministro do Interior no primeiro Governo da Índia livre, liderado por Jawaharlal Nehru.
A estátua, que desbancará do primeiro posto em altura o Buda do Templo de Primavera de 153 metros situado na China, será construída em uma ilha do rio Narmada e contará com um complexo turístico formado por hotéis, museus e outras atrações ao seu redor.
O esbanjamento de recursos destinados ao projeto e seu impacto ecológico provocou a oposição de centenas de aldeães e ativistas, que denunciaram hoje que se viram obrigados pela polícia a permanecer em seus lares para evitar manifestações.
"A polícia nos negou desde ontem à noite nosso direito à liberdade de expressão impedindo qualquer tipo de movimento, para assegurar assim que o ato de Modi não fosse interrompido", assegurou a ativista Trupti Shah, à agência indiana "Ians".
Apesar do rápido crescimento da Índia nas duas últimas décadas, 80% de seus 1,2 bilhão de habitantes vive com menos de US$ 2 por dia e deles, 22% com menos de US$ 0,50 centavos, quantidade que, de acordo com o Governo indiano, marca a linha de pobreza.