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Índia anuncia vacinação para maiores de 18 anos a partir de maio

O ministério da Saúde do país anunciou que em uma reunião com o primeiro-ministro foi tomada a decisão de permitir que todas as pessoas maiores de 18 anos se vacinem a partir de 1º de maio

Índia: nos últimos sete dias, a Índia registrou mais de 1,4 milhão de casos, ou seja, 64% a mais que na semana anterior (Pradeep Gaur/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Índia: nos últimos sete dias, a Índia registrou mais de 1,4 milhão de casos, ou seja, 64% a mais que na semana anterior (Pradeep Gaur/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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AFP

Publicado em 19 de abril de 2021 às 17h10.

As autoridades indianas iniciarão a vacinação contra a covid-19 para todos os adultos a partir de 1º de maio para tentar conter um grande aumento dos casos de covid-19, que provocou um novo confinamento de uma semana na capital Nova Délhi a partir desta segunda-feira (19).

O país, de 1,3 bilhão de habitantes, registrou o recorde 273.810 contágios nesta segunda-feira - quinto dia consecutivo com mais de 200.000 casos. Já são mais de 15 milhões de casos desde o início da pandemia.

Sua ambição de vacinar toda a população é impedida pela falta de doses. Até sábado, aplicou apenas 117 milhões.

Para responder às grandes necessidades, a Índia - que possui a maior fábrica de vacinas do mundo, o Serum Institute - interrompeu as autorizações de exportação.

A Índia, que deu sua autorização emergencial na semana passada para a vacina russa Sputnik V depois de aprovar a Covishield da Oxford/AstraZeneca e a Covaxin da empresa local Bharat Biotech, anunciou também que vai acelerar o processo de aprovação de vacinas produzidas fora do território indiano.

Nesta segunda-feira, o ministério da Saúde anunciou que "durante uma reunião presidida pelo primeiro-ministro Narendra Modi foi tomada a importante decisão de permitir que todas as pessoas maiores de 18 anos se vacinem a partir de 1º de maio".

Hospitais lotados em Nova Délhi

Em Nova Délhi - a cidade mais afetada pela doença na Índia - foram registrados 25.500 novos casos no domingo, com quase um terço dos testes com resultados positivos para covid-19.

"Se não impormos um confinamento agora, teremos um desastre maior. A partir desta noite teremos um confinamento até a próxima segunda-feira", afirmou o ministro chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal.
"O sistema de saúde de Nova Délhi está à beira do colapso. A situação da covid-19 é bastante crítica", disse Kejriwal.

O governante anunciou que o comércio permanecerá fechado na cidade e os deslocamentos serão autorizados apenas para os serviços considerados essenciais.

Após o anúncio, longas filas foram formadas nas lojas de bebidas de Nova Délhi, cenas que recordam os dias prévios ao confinamento nacional do ano passado.

Kejriwal fez um apelo para que os trabalhadores migrantes não abandonem Nova Délhi. As restrições do ano passado deixaram sem trabalho milhões de pessoas, que seguiram para as estradas, muitas vezes a pé, para retornar a suas cidades. Algumas morreram no caminho.

Baixar a guarda

Medidas similares já foram adotadas em outras regiões do país, em particular nos estados de Maharashtra (oeste), onde fica a capital financeira Mumbai, e Tamil Nadu (sul).
O governo afirmou que vai atender os pedidos apresentados por vários estados de mais oxigênio e medicamentos.

Nos últimos sete dias, a Índia registrou mais de 1,4 milhão de casos, ou seja, 64% a mais que na semana anterior.

Especialistas apontam que o aumento foi provocado pelo relaxamento da população, que parou de cumprir as medidas de prevenção. Os casos diários aceleraram rapidamente - no início de fevereiro o país registrava menos de 9.000 contágios por dia.

Também preocupa que as variantes do vírus, incluindo uma "mutação dupla", influenciem o aumento das infecções.

"O país baixou a guarda muito cedo. As pessoas voltaram a se comportar como antes da pandemia e ninguém advertiu", declarou à AFP o virologista T. Jacob John. "A segunda onda está se propagando muito mais rápido que a primeira", insistiu.

Especialistas afirmam que festivais religiosos como o Kumbh Mela, ao qual compareceram milhões de peregrinos, e os comícios para as eleições estaduais atuaram como "superpropagadores" do vírus.

Após um apelo do primeiro-ministro Narendra Modi para que os rituais fossem celebrados de forma simbólica, os organizadores do Kumbh Mela, na cidade de Haridwar (norte), afirmaram que o "local está quase vazio".

Diante do agravamento da situação na Índia, os viajantes procedentes desse país já não podem mais entrar no Reino Unido, que autoriza apenas as chegadas de britânicos e residentes, obrigados a fazer quarentena.

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