O presidente norte-americano, Barack Obama: objetivo do departamento é "cumprir nossa missão com os mais qualificados e mais capazes, sem importar o gênero" (REUTERS/Larry Downing)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 17h46.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que a decisão de retirar a proibição do Pentágono que impedia as mulheres de servirem na primeira linha de combate das Forças Armadas é um "marco" e um "passo histórica".
"Ao abrir hoje as posições das unidades militares de combate terrestre às mulheres, nossas Forças Armadas deram um passo histórico rumo ao aproveitamento dos talentos e das habilidades de todos nossos cidadãos", disse o presidente por meio de um comunicado emitido pela Casa Branca.
Em entrevista coletiva concedida ao lado do chefe do Estado-Maior Conjunto, Martin Dempsey, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panneta, disse que a contribuição das mulheres foi "sem precedentes" e elas "provaram sua habilidade de servir em um extenso número de papéis".
O objetivo do departamento ao retirar a restrição que impedia as mulheres de lutarem na primeira linha de combate é "cumprir nossa missão com os mais qualificados e mais capazes, sem importar o gênero", explicou Panetta. O secretário lembrou que 150 mulheres morreram nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
O secretário argumentou que quando participa de um funeral no Cemitério Nacional de Arlington "não há distinção entre homens e mulheres".
As Forças Armadas dos EUA tem atualmente 1,4 milhão de integrantes ativos, sendo que destes 202.400 são mulheres, aproximadamente 15%.
"A decisão reflete o serviço valente e patriótico das mulheres através de mais de dois séculos de história dos Estados Unidos e o papel indispensável das mulheres nas Forças Armadas de hoje. Muitos fizeram o sacrifício máximo, incluindo mais de 150 mulheres que deram suas vidas no Iraque e Afeganistão, patriotas cujos sacrifícios demonstram que a coragem não tem sexo", acrescentou o presidente.
Obama disse ainda que a medida é mais um passo "para a realização dos ideais fundacionais" do país, a "justiça e a igualdade".
A decisão permitirá abrir centenas de postos na frente de batalha, incluídos os comandos de operações especiais como os "rangers" do Exército e os "seals" da Marinha, que estavam vetados para as mulheres.
No entanto, a mudança não será imediata. As Forças Armadas têm um prazo até 15 de maio para enviar um plano de ação sobre como vão cumprir a normativa, que entrará em vigor em janeiro de 2016.
O Pentágono informou que as exigências para ocupar as vagas das Forças Armadas continuam as mesmas, inclusive no quesito relativo à força física.
Se algum corpo ou unidade específica considerar que alguma posição determinada deve permanecer fechada às mulheres precisa apresentar as alegações ao secretário de Defesa, que poderá abrir exceções.