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Incêndios florestais causam mortes e evacuações na Espanha

O fogo segue avançando no arquipélago das Canárias e já matou dois bombeiros no sudeste da Espanha


	Fumaça é vista por trás do vilarejo de Las Hayas na ilha de La Gomera, onde a luta contra o fogo é particularmente difícil em áreas de barrancos que margeiam o parque
 (Desiree Martin/AFP)

Fumaça é vista por trás do vilarejo de Las Hayas na ilha de La Gomera, onde a luta contra o fogo é particularmente difícil em áreas de barrancos que margeiam o parque (Desiree Martin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2012 às 13h49.

La Gomera - Os bombeiros continuam a lutar contra o fogo nesta segunda-feira na ilha de La Gomera, no arquipélago das Canárias, de onde milhares de pessoas foram evacuadas, enquanto outro incêndio florestal matou dois bombeiros no sudeste da Espanha.

Após os incêndios que transformaram em cinzas milhares de hectares em todo o país no sábado e domingo, o fogo avançou na pequena ilha montanhosa de La Gomera, no Atlântico, onde uma parte do parque nacional de Garajonay, um santuário de espécies raras declarado patrimônio da Unesco, foi arrasada.

Domingo à noite, cerca de 3.000 moradores de uma região acidentada do sudoeste da ilha foram retirados dos vilarejos invadidos pela fumaça e reagrupados na costa.

Por turnos e em barcos, único meio de deixar a região costeira, aproximadamente 900 pessoas conseguiram chegar a San Sebastian, principal localidade da ilha.

Segunda-feira foi a vez da população de Vallehermoso, no norte da ilha, deixar o local.

"O fogo entrou na ravina de Vallehermoso, está na parte mais alta", explicou o prefeito de San Sebastian, Angel Luis Castilla, contatado por telefone, acrescentando que 300 pessoas estavam sendo retiradas dessa área.

"Todo mundo recolheu suas coisas. A Guarda Civil chegou, disse-nos para irmos para San Sebastian, como precaução. Todo vilarejo está fugindo, de carro, ônibus, táxi", testemunhou Maria Gonzalez, 43 anos, que vive na vizinha ilha de Tenerife.

Maria veio com sua filha passar as férias na casa de sua mãe e todas as três deixaram o local de carro. "As pessoas estão muito nervosas, elas têm medo, a fumaça está chegando mais perto", acrescentou.

A partir da aldeia, em um calor sufocante, grossas colunas de fumaça podiam ser vistas nos relevos da parte central da ilha, onde se estende o parque Garajonay.


Em La Gomera a luta contra o fogo é particularmente difícil em áreas de barrancos que margeiam o parque, onde a fumaça corre entre os relevos como em chaminés.

Um pouco mais ao sul, a vila de Chipude, vazia, está imersa na fumaça. Perto dali, árvores e plantações estão carbonizadas.

Dos cerca de 3.700 hectares de vegetação desta ilha atingida pelo fogo desde 4 de agosto, 800 viraram fumaça no interior do parque, uma caixa de joias naturais que abriga um conjunto vegetal protegido, conhecido como "laurissilva", que lembra florestas subtropicais do terciário.

Enquanto a Espanha, atingida por uma seca sem precedentes em 70 anos, enfrenta incêndios devastadores, os locais protegidos são particularmente prejudicados. No fim de semana, centenas de hectares foram queimados no parque natural de Cabañeros, uma grande reserva para a fauna e a flora do centro do país.

A organização WWF Espanha também calculou que por volta de 65% dos incêndios listados como perigosos este ano devastaram locais protegidos, atingindo mais de 500 hectares.

No sudeste, na região de Alicante, dois bombeiros morreram desde domingo na luta contra o fogo, e dois outros ficaram feridos.

As chamas que engoliram uma área arborizada de pinheiros adultos em Torre de Maçanes, desapareceram na segunda-feira, após a queima de 600 hectares, de acordo com autoridades locais.

Dez aviões e helicópteros foram mobilizados nesta segunda-feira para apoiar o trabalho dos bombeiros e evitar que o fogo se espalhe ainda mais com o vento.

Vários incêndios irromperam em toda a Espanha desde sexta-feira sob o efeito combinado da seca e da onda de calor, destruindo milhares de hectares.

Segundo o Ministério da Agricultura, 132.300 hectares de vegetação já havia sido queimado entre 1 de janeiro e 5 de agosto: um desastre sem precedentes nos últimos dez anos.

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