Incêndio: prejuízo abre discussão a respeito da cobertura de seguro para ocorrências de grandes proporções (Reprodução/YouTube)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2016 às 16h17.
Um incêndio causou na última semana um grande estrago no estacionamento do Festival Andanças em Portalegre, em Portugal. Sem qualquer registro de feridos, o incêndio teve como saldo negativo 422 carros destruídos, fora a dor de cabeça aos proprietários (e seguradoras).
Segundo informações do jornal português Público, as causas do incêndio ainda estão sendo apuradas, mas há indícios que o fogo começou num veículo estacionado no parque onde ocorreu o festival.
De acordo com relatos iniciais dos bombeiros que atenderam a ocorrência, o incêndio teria sido provocado por uma explosão nesse carro, com o fogo se alastrando rapidamente pela vegetação seca do local.
A investigação será crucial, pois definirá quem será responsável por pagar o (extenso!) prejuízo causado aos proprietários dos 422 carros incendiados.
Segundo Rita Rodrigues, da Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (Deco), a dimensão do acidente levará até as seguradoras a criarem regras próprias e excepcionais para este caso.
Dos proprietários dos veículos afetados pelo incêndio, os que tiverem seguro com cobertura contra todos os riscos poderão ficar tranquilos. O curioso é que, segundo o presidente do Automóvel Clube de Portugal, os condutores que possuem esse tipo de apólice (cobrindo roubo, furto, colisão, incêndio, etc) representam apenas 10% da população habilitada no país.
Os portugueses têm o hábito de contratarem apenas seguro contra terceiros. "Eles ficarão dependentes da apuração da causa do incêndio e dos seguros que existirem", acredita Rita Rodrigues.
A solução mais provável para esse grande prejuízo é que os danos sejam pagos pelos dois seguros, o de responsabilidade civil (garantido pela organização do festival) e o do infeliz veículo que causou o incêndio.
Em situações de sinistro de grandes proporções acaba sempre por haver um entendimento entre as seguradoras e delas para com os segurados, afirma José Gonçalves, especialista na área.