Equipes de resgate ajudam vítima do descarrilamento de um trem próximo da cidade de Santiago de Compostela, na Espanha (Xoan A. Soler/Monica Ferreiros/La Voz de Galicia/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2013 às 09h49.
Santiago de Compostela - A polícia espanhola estava investigando nesta sexta-feira se o maquinista de um trem da Renfe que descarrilou em Santiago de Compostela, matando 78 pessoas, conduzia a uma velocidade imprudente quando fez uma curva fechada.
O pior acidente de trem em décadas na Espanha, na noite de quarta-feira, imediatamente levantou questões sobre por que um maquinista experiente estava dirigindo tão rápido em direção a uma curva acentuada. Além dos mortos, 95 pessoas estão hospitalizadas.
O maquinista, Francisco Garzon, de 52 anos, está preso em um hospital na cidade no noroeste da Espanha e deve dar seu depoimento à polícia ainda nesta sexta-feira.
Garzon estava sendo investigado por comportamento criminoso ao causar o acidente e por "negligência", disse o chefe da polícia regional, Jaime Iglesias.
Uma porta-voz da Suprema Corte na região da Galícia disse que Garzon ainda não tinha sido formalmente acusado e que provas, incluindo a "caixa preta" do trem, estavam sendo reunidas.
"Estamos reunindo elementos para serem usados como prova, vídeos, áudios e todo o trabalho técnico que está sendo feito no trem", disse.
Renfe, a empresa de trem estatal espanhola, disse que Garzon era veterano na empresa, onde trabalhava havia 30 anos, e que dirigia trens há uma década. Ele era altamente qualificado e vinha dirigindo a linha onde o acidente ocorreu há um ano.
Na manhã da tragédia, ele tinha dirigido um trem na mesma linha, que liga La Coruña a Madri, e um porta-voz da Renfe disse que ele conhecia cada curva e deformação da rota.
Curva Acentuada
Foi amplamente divulgado que ele fez uma curva acentuada a duas vezes o limite de velocidade de 80 km/h.
O maquinista não estava disponível para dar declarações e a Reuters não conseguiu localizar sua família ou determinar se ele tinha um advogado.
Outro maquinista daquela linha disse à rádio Cadena que a culpa não deveria recair sobre seu colega.
"Não há alerta de segurança para a velocidade, é puro fator humano, você precisa diminuir manualmente e não se tem ajuda na cabine", disse Manuel Mato.
"Quando você sai da seção de alta velocidade você começa a diminuir... você tem 4 km até a curva", acrescentou.
Enquanto polícia e um juiz investigam uma suposta negligência por parte do motorista, o Ministério das Obras Públicas lançou uma investigação mais técnica. Renfe e Adif, a operadora estatal da via, iniciaram suas próprias investigações.