Polícia interdita a residência de Berezovski, em Sunningdale: o anúncio de sua morte despertou imediatamente suspeitas de um possível assassinato (Leon Neal/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2013 às 12h43.
Moscou - A imprensa russa, citando especialistas ou cientistas políticos, evocava nesta segunda-feira várias hipóteses para explicar a morte, em Londres, do ex-oligarca e opositor russo Boris Berezovski, que vão de um possível assassinato pelo MI5 a uma simples encenação.
"Berezovski fez até de sua morte um mistério", afirma a primeira página do jornal Komsomolskaia Pravda, em alusão à reputação do ex-multimilionário exilado em 2000 e que era considerado no fim de 1990 como a eminência parda do Kremlin.
O corpo de Berezovski, de 67 anos, foi encontrado na tarde de sábado em Londres em circunstâncias ainda não determinadas.
O anúncio de sua morte despertou imediatamente suspeitas de um possível assassinato.
O canal público Pervy Kanal citou a a opinião de Andrei Lougovoi, ex-membro do FSB (serviço de inteligência russo), considerado o principal suspeito do envenenamento com polônio em 2006 do também opositor Alexander Litvinenko.
"Quando pessoas como ele são assassinadas, é preciso entender que sempre há uma razão (...) Acusar a Rússia é ridículo, não há nenhum benefício político com sua morte", disse Lougovoi, que se converteu em deputado da Duma (câmara baixa).
Outro deputado, o líder do Partido Liberal-Democrata da Rússia (populista pró-Kremlin), Vladimir Jirinovski, mencionou, por sua vez, nas páginas do jornal Izvestia um possível assassinato cometido não pelos serviços russos, mas pelo MI5, o serviço de inteligência britânico.
Por sua vez, o cientista político e deputado pró-Kremlin Viatcheslav Nokonov, citado pelo Pervy Kanal, afirma que provavelmente Berezovski não esteja morto.
"Ocorreram tantas encenações (...) que não posso imaginar que este homem tenha morrido desta maneira (...) É por esta razão que, enquanto não existirem provas de sua morte, terei dúvidas", declarou Nikonov.