Jornais iranianos trazem como manchete o acordo sobre o programa nuclear do país: "Isto é o Irã, todos estão contentes", afirma o jornal reformista Etemad (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2013 às 08h43.
Teerã - Quase toda a imprensa iraniana recebeu de maneira positiva o acordo sobre o programa nuclear alcançado com as grandes potências e destacou o êxito pessoal para o chefe diplomacia do país, Mohamad Javad Zarif.
"Isto é o Irã, todos estão contentes", afirma na primeira página o jornal reformista Etemad, que inclui uma reportagem sobre os iranianos que ficaram acordados durante a madrugada de sábado para domingo à espera dos resultados das negociações em Genebra.
O jornal Haft-e Sobh considera que "Zarif venceu a batalha do Facebook", ao destacar que 164.000 pessoas 'curtiram' o comentário do ministro das Relações Exteriores que anunciou a conclusão do acordo.
Para o jornal reformista Arman, que exibe uma foto de Zarif na primeira página, o chanceler deve receber uma "medalha de ouro".
Vários jornais também publicaram a foto de Zarif e do secretário de Estado americano, John Kerry, apertando as mãos após o acordo de Genebra, que o Etemad chama de "o aperto de mãos que permitiu sair do ponto morto".
A imprensa oficial elogia a vitória da "diplomacia da moderação" (o slogan do presidente iraniano Hassan Rohani) e destaca que "em menos de 100 dias, o governo conseguiu tirar o país de uma crise de 10 anos".
Entre os quase 20 jornais de publicação nacional, apenas dois, os conservadores Kayhan e Vatan-Emrooz, optaram por um tom algo crítico.
Para o Kayhan, "os Estados Unidos não são dignos de confiança". "O acordo de Genebra durou apenas uma hora", pois Kerry afirmou que "não reconhecia o direito do Irã de enriquecer urânio", lembrou.
"Zarif insiste, Kerry nega", afirma o Vatan Emrooz, para o qual "uma hora depois do acordo começou a batalha de palavras entre os chefes da diplomacia iraniana e americana sobre o direito ao enriquecimento de urânio".
O Irã afirma que o acordo prevê o direito de prosseguir com o enriquecimento de urânio, mas Kerry afirma o contrário.