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Imprensa americana se despede do velho adversário Fidel Castro

O jornal The New York Times destacou que que Fidel Castro foi um "líder revolucionário que desafiou" os Estados Unidos

Fidel Castro: ex-presidente morreu em 25 de novembro, aos 90 anos (Andres Stapff/Reuters)

Fidel Castro: ex-presidente morreu em 25 de novembro, aos 90 anos (Andres Stapff/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de novembro de 2016 às 09h26.

Última atualização em 26 de novembro de 2016 às 10h47.

A imprensa americana dedicou na madrugada deste sábado (26) enormes espaços de suas edições eletrônicas ao falecimento do líder cubano Fidel Castro, um adversário com o qual manteve meio século de enfrentamentos e que sai de cena aos 90 anos.

O jornal The New York Times destacou que que Fidel foi um "líder revolucionário que desafiou" os Estados Unidos. Castro "trouxe a Guerra Fria ao hemisfério ocidental, atormentou 11 presidentes americanos e por instantes colocou o mundo à beira de uma guerra nuclear", acrescentou.

De acordo com o jornal, Fidel "se tornou uma figura internacional cuja importância no século XX superou longamente o que podia se esperar de um chefe de Estado de uma ilha do Caribe com 11 milhões habitantes".

O jornal Washington Post ressaltou que "embora amado por uma legião de seguidores, seus detratores viram em Fidel Castro um líder repressivo que transformou seu país em um gulag".

Para o Los Angeles Times, Fidel foi "um ícone revolucionário cuja influência foi sentida muito além de Cuba".

O Miami Herald, por sua vez, disse que Fidel "conduziu a ilha durante quase cinco décadas" e foi "uma figura de barba rala e uniforme de combate cuja longa sombra se estendeu pela América Latina e pelo mundo".

O especialista Peter Schechter, do centro de análise Atlantic Council, disse à AFP na madrugada deste sábado que o falecimento de Fidel Castro "agora nos faz peguntar sobre o impacto que terá em Cuba".

Para o especialista, desde que deixou o poder nas mãos de seu irmão Raúl em 2006 o Partido Comunista cubano preparou um processo de transição que garantiu estabilidade, de forma que não há elementos para prever mudanças significativas.

"Regionalmente, acho que continente manteve o respeito por ele, mas o superou", avalia.

De acordo com Schechter, a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba iniciada em 2014 por Raúl Castro e por Barack Obama "provavelmente não teria ocorrido com Fidel no governo".

"Fidel claramente deixou que seu irmão fizesse isso".

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