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Impostos ganham papel fundamental na disputa eleitoral

Pesquisas mostram que imposto é a questão mais importante para um eleitorado que enfrenta dificuldades financeiras depois de mais de um ano de austeridade


	O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi destacou o imposto sobre habitação odiado pela população como a peça central de sua campanha, prometendo não só abolir, como reembolsar os pagamentos
 (Creative Commons/ NaturalBlu)

O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi destacou o imposto sobre habitação odiado pela população como a peça central de sua campanha, prometendo não só abolir, como reembolsar os pagamentos (Creative Commons/ NaturalBlu)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 13h01.

Roma - Com a aproximação das eleições parlamentares da Itália, os partidos que lutam para conquistar os eleitores indecisos estão se concentrando cada vez mais nos impostos, questão que as pesquisas mostram ser a mais importante para um eleitorado que enfrenta dificuldades financeiras depois de mais de um ano de austeridade.

O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi destacou o imposto sobre habitação odiado pela população como a peça central de sua campanha, prometendo não só abolir, como reembolsar os pagamentos do ano passado devolvendo dinheiro nos balcões de correios.

Ele também disse que gostaria de introduzir uma anistia geral para as pessoas que não pagaram seus impostos, uma medida que diz que irá incentivar contribuintes atrasados a se acertar, mas que seus oponentes argumentam que equivale a encorajar a evasão fiscal.

É uma estratégia que tem atraído condenação de adversários, incluindo do primeiro-ministro, Mario Monti, que introduziu o imposto sobre habitação quando lutava para controlar a crise da dívida deixada para trás quando Berlusconi deixou o cargo.

Mas o aumento do apoio ao bloco de Berlusconi nas pesquisas de opinião sugere que suas ideias ressoam entre os eleitores, como aconteceu em 2008 quando uma promessa semelhante para eliminar uma versão anterior do imposto de habitação o ajudou a derrotar o líder de centro-esquerda Romano Prodi.


"Aqueles que não pagam estão certos", disse Maria, uma professora aposentada, em Roma, que não quis dar seu sobrenome por medo de perseguição por parte da polícia financeira da Itália. "Nós todos sabemos para que serve. É para que o impostor Monti possa pagar as dívidas dos seus amigos bancários, que arruinaram a economia." As últimas pesquisas de opinião publicadas antes de uma proibição pré-eleitoral sugerem que o bloco de centro-esquerda continua à frente do bloco de centro-direita de Berlusconi. Mas ao menos 30 por cento dos eleitores ainda estão indecisos antes da eleição de 24 e 25 fevereiro, de acordo com as pesquisas.

Os contribuintes italianos têm a quarta carga tributária mais pesada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), atrás apenas da Dinamarca, Suécia e Bélgica, de acordo com os números mais recentes do grupo de 34 países.

Embora o imposto sobre as residências primárias dos proprietários, fixado em 0,4 por cento do valor de uma casa, seja comparável a outros impostos sobre bens em toda a Europa, desperta uma reação quase alérgica na Itália.

"A casa é sagrada. Ela não deve ser tributada", Berlusconi tem repetido incansavelmente em suas aparições diárias de televisão e rádio.

Berlusconi diz que o imposto arrecada apenas 4 bilhões de euros, uma soma que poderia facilmente ser levantada por cortes de gastos em outras áreas, como o financiamento do Estado aos partidos políticos.

Embora outros partidos tenham atacado o ex-premiê sobre os detalhes de seus planos, os outros dois principais blocos na eleição --a centro-esquerda e até mesmo os centristas de Monti --disseram desde então que iriam avaliar cortar o imposto.

Depois de mais de um ano de austeridade imposta pelo governo Monti, oito em cada dez italianos querem que impostos sejam cortados, de acordo com uma pesquisa do instituto Eurispes.

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