Angela Merkel: chanceler sinaliza convocar outras eleições na Alemanha (Michele Tantussi/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2017 às 06h42.
Última atualização em 21 de novembro de 2017 às 07h42.
O ministro das Relações Exteriores do Catar visita a Alemanha nesta terça-feira, e vai se deparar com um cenário de instabilidade política no país.
Os dois países vão inaugurar o Centro Cultural Arábico, mais uma demonstração do governo alemão de seu comprometimento com a integração com novas culturas, e com imigrantes.
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É uma das principais bandeiras da chanceler Angela Merkel e um dos motivos de sua imagem internacional. Acontece que, da porta para dentro, ela tem se deparado com problemas de outra natureza.
Merkel não conseguiu formar uma coalizão, e cogita convocar novas eleições. Segundo ela, seriam “melhor caminho para o país”. Durante o fim de semana, a chanceler tentou se unir com os partidos Verde, CSU e FDP e formar a coalizão Jamaica (devido às cores verde, amarela e preta dos partidos), mas não obteve sucesso.
Os partidos não se entendem em temas decisivos. Os Verdes, por exemplo, possuem programas políticos de inserção de refugiados. Esta não é a mesma linha do partido de Merkel (CDU), que já afirmou que reduziria a entrada de imigrantes no país, durante sua campanha de reeleição.
Os partidos também divergem quando às ações para conter as mudanças climáticas. Tanto o FDP quanto o partido de Merkel falharam ao negociar com os Verdes quais seriam as ações da Alemanha para diminuir a emissão de CO2. Um problema para Merkel, que durante a COP 23 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que terminou semana passada) afirmou que o país só conseguiria reduzir as emissões em 2020.
Segundo o líder do partido Social-Democrata, Martin Schulz, uma nova eleição daria mais uma chance para os eleitores participarem da escolha de governo do país. A líder do partido Verde, Kathrin Goering-Eckardt, afirmou que o partido espera nova eleições.
Em uma corrida contra o tempo, Merkel conta com o apoio do presidente Frank-Walter Steinmeier, que vai se reunir amanhã com líderes dos partidos de esquerda e de direita, para propor uma grande coalizão. A chanceler afirmou ainda que não pretende renunciar, e que se novas eleições forem convocadas, o bloco conservador – do qual também é líder – chegaria ainda mais forte e unido.
Especialistas, porém, temem que as novas eleições seriam uma guinada para o partido ultranacionalista AfD. Na última votação, o partido garantiu 92 dos 709 assentos do Parlamento alemão.