Papa Francisco: tema provoca tensão nos Estados Unidos, que preparam uma reforma migratória que deve legalizar a situação de muitos imigrantes latinos (REUTERS/Giampiero Sposito)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 12h12.
O fenômeno da imigração será "preocupação constante" do papa Francisco durante a visita aos Estados Unidos, antecipou nesta sexta-feira o número dois do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado.
"Os Estados Unidos têm uma história importante de acolhida e integração das imigrações", recordou Parolin em uma entrevista ao Centro Televisivo Vaticano (CTV).
O pontífice, que desembarca na terça-feira nos Estados Unidos, procedente de Cuba, será o representante simbólico de todos os imigrantes legais e ilegais que o país recebe.
O fenômeno da migração é um tema que o papa conhece, pois é filho de imigrantes italianos. Quando era arcebispo de Buenos Aires deu uma atenção especial à questão, que afeta sobretudo paraguaios e bolivianos.
"Será um dos temas mais importantes da visita papal. Realmente espero que a visita do pontífice, que sente este problema com o coração, sirva para encontrar saídas", disse.
O tema provoca tensão nos Estados Unidos, que preparam uma reforma migratória que deve legalizar a situação de muitos imigrantes latinos.
Entre os temas que serão abordados por Francisco também está a "ecologia integral", que ele deve abordar em seus discursos no Congresso americano e na sede da ONU, em Nova York.
Francisco "convidará" os americanos "a mudar de modelo de vida, a servir à criação e não a atuar como amo e devastador da natureza", disse o cardeal, antes de reconhecer que esta mensagem do papa desperta críticas e controvérsias nos Estados Unidos.
A Santa Sé também espera "o fim total do embargo comercial" imposto desde 1962 por Washington a Cuba e que afeta a população.
O Vaticano acredita que o fim do embargo "conduzirá também a uma abertura maior em termos de liberdade e de direitos humanos", disse.
A reconciliação entre a Igreja Católica e o regime cubano provoca críticas entre os dissidentes, que não serão recebidos pelo pontífice durante sua estadia em Cuba de sábado a terça-feira, segundo a agenda anunciada.