Faixa de Gaza: imagens do Google Maps mostram símbolo no solo de Gaza que parece ser a Estrela de Davi (Google Maps/Reprodução)
Redatora na Exame
Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 09h35.
Imagens de satélite da Faixa de Gaza no Google Maps revelam um desenho no solo que parece ser uma Estrela de Davi, símbolo da fé judaica e do estado de Israel.
De acordo com reportagem da Al Jazeera, empresa de jornalismo sediada no Catar, o símbolo está desenhado em uma área rural do norte de Gaza que enfrentou combates intensos com o exército israelense.
O conflito entre Israel e Gaza foi temporariamente interrompido por um cessar-fogo anunciado no dia 19 de janeiro. A ofensiva israelense começou após os ataques de 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista Hamas realizou um ataque que resultou em 1.139 mortos e 250 reféns.
A guerra subsequente matou pelo menos 47.306 palestinos em Gaza e feriu outros 111.483, além de deslocar cerca de 1,9 milhão de seus 2,3 milhões de habitantes. De acordo com os pesquisadores Jamon Van Den Hoek (Oregon State University) e Corey Scher (City University of New York), 60% de todos os edifícios em Gaza foram destruídos pelas forças israelenses desde o início da guerra.
O analista de defesa palestino Hamze Attar disse à Al Jazeera que as forças israelenses deixaram a Estrela de Davi marcada no chão “para o Google Maps, para que fosse visto que eles estavam aqui".
Ao lado do suposto desenho da Estrela de Davi no solo de Beit Hanoon, no norte de Gaza, há um padrão que parece formar os números 7979. De acordo com a Al Jazeera, eles são uma possível referência ao 97º Batalhão Netzah Yehuda do exército israelense.
Composto apenas por homens, o batalhão Netzah Yehuda é uma unidade do exército de Israel acusada de cometer inúmeros crimes violentos. Oficiais americanos chegaram a afirmar que algumas ações do grupo, como o assassinato de palestinos desarmados e a tortura e abuso sexual de prisioneiros, podem ser consideradas violações graves de direitos humanos.
A Lei Leahy, dos Estados Unidos, proíbe que o governo americano envie fundos para ajudar forças estrangeiras quando houver informações confiáveis de violações de direitos humanos. Em agosto do ano passado, no entanto, o Departamento de Estado dos EUA encerrou uma investigação sobre o batalhão após objeções do governo israelense.