Bandeira da Síria: autoridades culparam um "grupo terrorista" pelo sequestro, o rótulo normalmente usado para designar os rebeldes que lutam contra Assad (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2013 às 14h31.
Viena - Um grupo formado para promover os laços entre as igrejas católicas ortodoxa e romana fez um apelo, nesta segunda-feira, pela libertação de dois proeminentes bispos sírios que permanecem desaparecidos após serem capturados na província de Aleppo, em abril.
Os arcebispos de Aleppo Yohana Ibrahim e Paul Yazigi são os líderes cristãos mais importantes a serem envolvidos pela revolta contra o presidente Bashar al-Assad, na qual muitos proeminentes clérigos muçulmanos já morreram.
Autoridades culparam um "grupo terrorista" pelo sequestro, o rótulo normalmente usado para designar os rebeldes que lutam contra Assad, mas os combatentes da oposição na província do norte negam ter sequestrado os dois arcebispos e afirmam trabalhar para que sejam soltos.
Uma declaração feita pela fundação Pro Oriente, sediada em Viena, pediu pela imediata libertação dos clérigos e de todos os sequestrados na Síria. A organização busca uma solução negociada para o conflito, sem nenhuma "intervenção militar externa ilegal".
Os cristãos correspondem a menos de 10 por cento dos 23 milhões de sírios e, como outras minorias religiosas, muitos têm sido cautelosos sobretudo em relação ao levante de muçulmanos sunitas contra Assad, cuja seita alauíta é uma vertente do islamismo xiita.
O comunicado em nome do cardeal Christoph Schoenborn, da Áustria, e seis outros líderes da Igreja considera os cristãos no Oriente Médio "um elemento essencial e indispensável da sociedade", que pode contribuir para construir uma sociedade caracterizada pela paz e o respeito mútuo.
Os dois arcebispos desaparecidos tinham feito alertas sobre a ameaça contra a tolerância religiosa e a diversidade devido ao conflito na Síria, que já matou mais de 100 mil pessoas.
destino do padre jesuíta italiano Paolo Dall'Oglio, que desapareceu em julho no leste da Síria, também permanece sem explicação.