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Iêmen anuncia morte de imã radical Anwar al-Awlaqi

O imã havia escapado de um bombardeio americano no Iêmen no início de maio, poucos dias depois de um comando especial dos Estados Unidos ter matado Osama bin Laden

Anwar al-Awlaqi foi o imã de uma mesquita de San Diego na década de 1990 e era ligado com a Al Qaeda, de Bin Laden (AFP)

Anwar al-Awlaqi foi o imã de uma mesquita de San Diego na década de 1990 e era ligado com a Al Qaeda, de Bin Laden (AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2011 às 12h06.

Sanaa - O imã radical nascido nos Estados Unidos Anwar al-Awlaqi, vinculado à Al-Qaeda e considerado um inimigo público de Washington como foi Osama Bin Laden, morreu nesta sexta-feira no Iêmen, informaram fontes iemenitas e americanas.

"O dirigente terrorista da Al-Qaeda Anwar al-Awlaqi morreu ao lado de membros desta organização", anunciou o porta-voz do ministério.

A informação foi confirmada por um alto funcionário do governo dos Estados Unidos, que se recusou a revelar detalhes sobre a morte do religioso extremista.

O governo não divulgou as circunstâncias da morte Anwar al-Awlaqi, mas fontes tribais afirmaram à AFP que ele morreu em um bombardeio aéreo executado na manhã desta sexta-feira contra dois veículos que circulavam entre Maarib (ao este de Sanaa) e Juf, província desértica na fronteira com a Arábia Saudita.

"O ataque foi executado por aviões americanos", afirmou uma fonte tribal, que também revelou que a região era sobrevoada há alguns dias por aeronaves não identificadas.

A mesma fonte afirmou que Awlaqi e outras duas pessoas morreram quando seu veículo, uma caminhonete Toyota, foi atingida por um míssil. Um acompanhante, a bordo de um Toyota Land Cruiser, que estava a poucos metros, escapou ileso e divulgou a notícia da morte do imã.

"A morte de Awlaqi constitui um duro golpe para a Al-Qaeda na Península Arábica", afirma em um comunicado o centro americano de vigilância de radicais islâmicos IntelCenter.

Para o centro, a notícia terá um impacto na capacidade de recrutamento e financiamento da organização no Iêmen.

Al-Awlaqi havia escapado de um bombardeio americano no Iêmen no início de maio, poucos dias depois de um comando especial dos Estados Unidos ter matado no Paquistão o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

O representante republicano Peter King, presidente do comitê de Segurança Interna da Câmara americana, declarou que a morte de Awlaqi representa "um grande êxito na luta contra a Al-Qaeda e seus afiliados".

"Nos últimos anos, Al-Awlaqi se tornou mais perigoso até mesmo do que Osama bin Laden. A morte de Awlaqi é um grande tributo para o presidente (Barack) Obama e para os homens e mulheres de nossa comunidade de inteligência", disse o congressista.

Considerado pelos Estados Unidos como uma ameaça tão grande como Bin Laden, Anwar al-Awlaqi teria mantido, segundo Washington, vínculos com o nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab, autor do atentado frustrado de 25 de dezembro de 2009 contra um avião comercial americano.

Al-Awlaqi também é conhecido por ter mantido correspondência com o comandante americano Nidal Hassan, acusado de ter matado 13 pessoas na base de Fort Hood (Texas) em novembro de 2009.

Washington considerava o imã um objetivo a ser eliminado. As autoridades iemenitas tentaram matar Awlaqi em um bombardeio aéreo em 24 de dezembro de 2009 na província de Chabwa, que deixou 34 mortos.

Mas o imã não estava na região no momento do ataque, segundo as forças de segurança.

A morte representa um êxito para os Estados Unidos, assim como para o governo iemenita, no momento em que o presidente Ali Abdullah Saleh luta para permanecer no poder.

O chefe de Estado iemenita, alvo de protestos desde janeiro, não demonstra qualquer intenção de deixar o poder. Ele afirmou na quinta-feira que só renunciaria se a lei proibisse a participação de seus adversários nas eleições.

"Se cedermos o poder e eles permanecerem em suas posições, tomando as decisões, será muito perigoso. Isto conduzirá a uma guerra civil", afirmou em uma entrevista à revista Time e ao jornal Washington Post.

Saleh tem como alvo o general dissidente Ali Mohsen al Ahmar, que aderiu aos protestos populares deflagrados no início do ano, e à poderosa tribo Ahmar.

Na quinta-feira, Saleh recebeu apoio de centenas de religiosos que decidiram, após um seminário, que era ilícito no islã rebelar-se contra as autoridades.

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