Ollanta Humala concentrou suas críticas ao governo do pai de Keiko Fujimori durante o debate (Pilar Olivares e Mariana Bazo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2011 às 06h58.
Lima - O último debate entre os candidatos à Presidência do Peru, Ollanta Humala e Keiko Fujimori, que se enfrentam nas urnas no próximo domingo, aconteceu neste domingo sem surpresas e com ambos os adversários repetindo as propostas e ataques que centraram a campanha nas últimas semanas.
Com o hotel Marriott de Lima como cenário, este último debate, que foi transmitido para todo o país por rádio e televisão, serviu sobretudo para que cada um dos candidatos, que pela primeira vez não leram seus discursos, atacassem os pontos mais vulneráveis de seu rival.
Assim, Keiko criticou os "cinco planos de Governo" apresentados por Humala durante a campanha e a instabilidade que pode gerar na economia seus planos de mudanças constitucionais ou de revisão de tratados econômicos.
Do mesmo modo, a candidata da Forza 2011, que mostrou em seus discursos maior gravidade e segurança que seu rival, atacou o passado militar de Humala, a quem sempre chamou de "comandante" e inclusive "golpista", e o acusou de "mentir" e "manipular" em seus discursos.
Por sua vez, Humala centrou seus ataques lembrando os casos de corrupção e de violação de direitos humanos registrados durante o Governo de Alberto Fujimori, quando sua filha Keiko ocupou o cargo de primeira-dama.
O candidato do Gana Perú também criticou as propostas econômicas de seu rival e concretamente a "flexibilidade laboral", que segundo Humala significa "precariedade laboral".
O debate tinha sido dividido em quatro blocos, e em cada um deles os candidatos tinham que realizar uma exposição de quatro minutos, para dar passagem a uma réplica de um minuto do rival e um direito à tréplica do primeiro durante outro minuto.
Humala aproveitou a ocasião para assegurar que em 5 de junho não só se elege o próximo presidente, mas também "o rumo que quer o povo peruano para o Peru".
Keiko se mostrou como a candidata que assegura a continuidade do crescimento econômico do país e assegurou, em referência às críticas ao Governo de seu pai, que sua equipe é capaz "de reconhecer os erros e pedir as desculpas necessárias".