Manifestante opositor no Cairo: na quarta (2/2), 3 morreram e mais de 600 foram feridos (John Moore/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 07h30.
O Governo egípcio deve deter o que parecem ser ataques organizados contra os manifestantes pacíficos que pedem a queda do regime do presidente Hosni Mubarak e que deixaram vários mortos e feridos, pediu nesta quinta-feira a organização pró-direitos humanos Human Rights Watch (HRW).
Três pessoas morreram e cerca de 600 ficaram feridas em distúrbios ocorridos na quarta-feira quando milhares de partidários de Mubarak tentaram ocupar a praça Tahrir, no Cairo, epicentro dos protestos. Nas últimas horas, foram registrados cinco mortos e 15 feridos em tiroteios no centro da capital egípcia.
"As forças de segurança falharam ontem na proteção dos manifestantes pacíficos na praça Tahrir com relação aos provocadores pró-governamentais armados com coquetéis molotov, paus e chicotes", assegurou a HRW em comunicado em seu site.
A organização fez um apelo para que Estados Unidos e União Europeia (UE) "usem sua influência junto ao Governo egípcio para assegurar que não haja mais atos violentos contra os manifestantes".
"Os acontecimentos na praça Tahrir e em outros lugares sugerem a implicação do Governo nos atos violentos contra os manifestantes pacíficos", assegura na nota Kenneth Roth, diretor-executivo da HRW.
Além disso, Roth advertiu os soldados e oficiais egípcios de que "serão perseguidos judicialmente se dispararem ilegalmente contra os manifestantes, se derem ordens para fazê-lo ou se maltratam os detidos".
Também nesta quinta-feira, a organização pediu à Autoridade Nacional Palestina (ANP) que ponha fim à "violência policial contra manifestantes pacíficos em favor dos protestos egípcios".
Segundo um comunicado divulgado pela HRW, a Polícia palestina fez uso da violência na quarta-feira para controlar uma manifestação de cerca de 100 pessoas realizada na cidade de Ramala, na Cisjordânia, para mostrar solidariedade com o povo egípcio.
"A HRW viu policiais que seguiam batendo nos manifestantes após sua detenção. Agarravam-nos pelo pescoço e lhes davam socos na cara e joelhadas em suas pernas e troncos", afirma a nota da organização internacional.