Trump: o hotel abriu suas portas em setembro antes de ser oficialmente inaugurado em outubro pelo próprio Trump (Jonathan Ernst/Reuters)
AFP
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 21h07.
Última atualização em 30 de novembro de 2016 às 21h16.
O Hotel Trump Internacional, que abriu recentemente as portas em Washington, poderia ser ameaçado pela eleição de Donald Trump à Casa Branca, devido a uma cláusula contratual que impede a participação financeira de "funcionários eleitos".
A Organização Trump, que conduz as atividades do grupo do bilionário, tinha assinado em 2013 um contrato de 60 anos com a agência em troca do patrimônio de Washington (GSA) para transformar a antiga sede central dos correios em um hotel de luxo.
O hotel abriu suas portas em setembro antes de ser oficialmente inaugurado em outubro pelo próprio Trump, embora rapidamente tenha se transformado em ponto de manifestações de apoio ou contra o presidente eleito.
O artigo 37.19 do contrato estipula que "nenhum membro do Congresso ou funcionário eleito (...) está autorizado a ter uma ação ou participação neste contrato ou a obter benefício".
"O contrato (...) é portador de conflitos de interesse, conflitos que são intoleráveis e sem precedentes", comentaram os especialistas Steven Schooner e Daniel Gordon, da Universidade George Washington.
"Em um mundo perfeito, Trump e a GSA deveriam negociar uma ruptura amigável do contrato", afirmaram os dois especialistas, que destacaram que a probabilidade era pouco provável.
Contatado pela AFP, o GSA apenas indicou ter "a intenção de coordenar com a equipe do presidente eleito para resolver as questões relativas ao ex-edifício-sede dos Correios".
Por enquanto a Organização Trump não reagiu o assunto. Trump anunciou nesta quarta-feira que prepara seu distanciamento total de suas empresas para evitar conflitos de interesse enquanto ocupa a Casa Branca.