LGBT: a China retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais em 2001 (Aly Song/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de julho de 2017 às 17h17.
Última atualização em 4 de julho de 2017 às 17h19.
Um tribunal condenou um hospital na China por ter forçado um paciente gay a receber um "tratamento" para "curar" sua orientação sexual, segundo a cópia da sentença consultada nesta terça-feira pela AFP.
O hospital psiquiátrico de Zhumadian, na província de Henan (centro), foi condenado em 26 de junho passado por um tribunal da mesma localidade a se desculpar publicamente e a pagar 647 euros a Yu, o autor da ação, por danos e prejuízos, de acordo com a decisão.
Yu, atualmente com 37 anos, foi internado à força no estabelecimento por sua família em outubro de 2015, pouco depois de revelar sua homossexualidade a sua esposa e pedir o divórcio, relata a sentença.
Foi diagnosticado com "problemas de orientação sexual" e submetido a um tratamento médico forçado que pretendia "curá-lo", apesar de ter pedido ao hospital para ser liberado.
As "terapias de conversão" são consideradas pelos especialistas como não científicas e ineficazes. Mas inúmeras clínicas no gigante asiático continuam realizando-as.
A China retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais em 2001. Mas homens e mulheres gays continuam sendo alvo de discriminações e de intensas pressões familiares.
Em 2016, Yu relatou à AFP que ficou amarrado a uma cama de hospital durante quase 20 dias e que tinha que tomar um coquetel de remédios para "corrigir" sua orientação sexual. Os funcionários ameaçavam bater nele caso se recusasse a ingeri-las, contou então em uma entrevista.