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Hong Kong volta à normalidade após semana de protestos

Hong Kong retornava à normalidade na manhã de hoje, após desmobilização de parte dos manifestantes pró-democracia


	Guarda-chuva, representando a Revolução dos Guarda-Chuvas, em Hong Kong
 (Philippe Lopez/AFP)

Guarda-chuva, representando a Revolução dos Guarda-Chuvas, em Hong Kong (Philippe Lopez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 09h33.

Hong Kong - Hong Kong retornava à normalidade na manhã desta segunda-feira, após a desmobilização de parte dos manifestantes pró-democracia, que não conseguiram obter qualquer concessão e se mostravam divididos quanto a manutenção do movimento.

Após a noite mais tranquila desde o dia 28 de setembro, a população pôde voltar ao trabalho, as escolas abriram e o tráfego retornava aos bairros até então afetados pelos bloqueios dos manifestantes.

No bairro de Admiralty, onde permaneciam apenas algumas centenas de manifestantes, os funcionários da sede do governo, isolada desde a sexta-feira, puderam voltar ao trabalho.

Um punhado de manifestantes mantinha o bloqueio ao bairro, mas autorizava o acesso de trabalhadores.

"Estou contente de que tenham aberto a passagem hoje", disse um funcionário. "Preciso trabalhar".

O chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, o inimigo número 1 dos manifestantes, pediu a liberação do acesso dos 3 mil funcionários públicos, que estão inativos há uma semana.

Leung se declarou disposto a "tomar todas as medidas necessárias para restabelecer a ordem pública", mas não ameaçou os manifestantes com uma ação policial.

Anúncio de retirada

Os manifestantes pró-democracia anunciaram sua retirada de alguns locais de protesto, apesar de continuarem com o movimento ao redor de prédios do executivo local.

Os ocupantes do bairro comercial de Mong Kok deveriam abandonar o local e se unir aos do bairro dos ministérios, segundo os planos do Occupy Central, principal coalizão pró-democracia.

Também anunciaram o desbloqueio de uma das principais artérias de Hong Kong, a Lung Wo Road, permitindo que milhares de pessoas voltassem ao trabalho.

No entanto, a decisão não foi imediatamente obedecida pelos estudantes, o outro grande grupo por trás do movimento.

Leung Chun-ying, considerado uma "marionete" de Pequim pelos manifestantes que há uma semana pedem maiores liberdades políticas, havia lançado durante a noite um ultimato para que os militantes se dispersassem e voltassem para casa.

"É preciso permitir que os 7 milhões de habitantes de Hong Kong votem para uma vida e o trabalho normais", afirmou.

Diálogo

Na noite de sábado, os líderes estudantis abriram a porta ao diálogo com o governo local.

O principal sindicato estudantil de Hong Kong, que suspendeu as negociações com o governo diante da falta de ação da polícia durante os ataques contra os manifestantes na sexta-feira, admitiu se reunir com as autoridades caso a omissão da polícia seja investigada.

"O governo deve mostrar seu compromisso com a investigação dos fatos e dar uma explicação à opinião pública o mais rápido possível", disse a Federação de Estudantes de Hong Kong (HKFS), em referência às acusações de conluio entre as autoridades e a "tríade", a máfia chinesa.

As autoridades de Hong Kong negaram firmemente no sábado que o governo tenha recorrido à "tríade" para atacar os manifestantes. "Estas acusações são fabricadas e excessivas", disse o secretário de Segurança de Hong Kong, Lai Tung-Kwok.

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