Forças de segurança iraquianas: exército iraquiano está se preparando para recuperar posto (Mushtaq Muhammed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2014 às 14h35.
Bagdá/Beirute - Homens armados tomaram nesta terça-feira o controle de um posto na fronteira com a Síria situado na província de Al-Anbar, no oeste do Iraque, em meio à crise iniciada entre as tropas iraquianas e grupos jihadistas, informaram à Agência Efe fontes policiais iraquianas.
Os atacantes, que se acredita que poderiam ser rebeldes que combatem na Síria, cruzaram a fronteira e tomaram as equipes e veículos do posto de controle de Al Qaim, em Al-Anbar.
Segundo as fontes, o exército iraquiano, apoiado por combatentes tribais armados, está se preparando para recuperar o posto.
O diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdurrahman, explicou à Efe por telefone que na parte síria da fronteira foram registrados choques entre o extremista Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL) e milicianos tribais na cidade de Al Bukamal, na província síria de Deir al Zur.
Além disso, descartou que militantes do EIIL tenham tomado o posto fronteiriço de Al Qaim.
Em 12 de junho, as forças iraquianas se retiraram de suas posições na fronteira com a Síria, mas depois voltaram após enfrentar o EIIL.
A província de Al-Anbar, de maioria sunita, é um reduto do EIIL, que também combate na Síria contra grupos insurgentes e o regime do presidente Bashar al Assad.
O Frente al Nusra, filial da Al Qaeda que acusa ao EIIL de cometer violações contra o povo sírio, tomou em abril passado a cidade de Al Bukamal, situada frente ao iraquiano de Al Qaim, cujo posto fronteiriço foi fechado no ano passado por Damasco.
Por outro lado, em 11 de junho as Unidades de Proteção do povo Curdo assumiram a segurança a ambos os lados da passagem fronteiriça de Al Yarbia/Rabia, o único entre a província síria de Al Hasaka e o iraquiano de Ninawa, no norte do país.
Essas forças curdas, em cooperação com "peshmerga" (forças de segurança curdo-iraquianas), decidiram assumir a vigilância de ambos lados do cruzamento "perante o vazio de segurança ocorrido na cidade iraquiana de Rabia" após a queda de Mossul, capital de Ninawa, na semana passada.
O EIIL, que pretende criar um emirado islâmico no Iraque e Síria, ameaçou prosseguir "suas conquistas" avançando rumo a Bagdá e as cidades santas xiitas de Karbala e Najaf, no sul do Iraque.