Mundo

Homenagem a Mandela abre a cúpula franco-africana de Paris

Uma homenagem ao falecido ex-presidente sul-africano Nelson Mandela marcou a abertura da cúpula franco-africana


	François Hollande, presidente da França: Mandela "seguirá sendo a referência para os que lutam contra o racismo, as descriminações e as injustiças", disse
 (Philippe Wojazer/Reuters)

François Hollande, presidente da França: Mandela "seguirá sendo a referência para os que lutam contra o racismo, as descriminações e as injustiças", disse (Philippe Wojazer/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 12h38.

Paris - Uma homenagem ao falecido ex-presidente sul-africano Nelson Mandela marcou nesta sexta-feira a abertura da cúpula franco-africana, presidida pelo chefe de Estado francês, François Hollande, que insistiu que a mensagem do líder da luta contra o apartheid "seguirá vivendo".

Mandela "seguirá sendo a referência para os que lutam contra o racismo, as descriminações e as injustiças. Será sempre a figura para os povos que lutam por sua emancipação", declarou Hollande em discurso perante os cerca de 40 chefes de Estado e de Governo que participam desta cúpula de dois dias, centrada na segurança e na paz da África.

Hollande insistiu que "Nelson Mandela mudou muito mais do que a África do Sul" com uma biografia marcada por seus 27 anos de prisão por combater o apartheid, ao término dos quais "estendeu a mão a seus opressores, construiu uma democracia e fez da África do Sul uma potência, mas uma potência ao serviço da paz".

"Mandela é um exemplo de resistência frente à opressão, de liberdade frente à injustiça, de dignidade frente à humilhação, (...), de perdão frente ao ódio (...), de inteligência", disse Hollande, que ressaltou que "Mandela se transformou em um herói planetário porque era profudamente humano e profundamente bom", mas também "simples" e "modesto".

"Hoje Nelson Mandela será quem presidirá os trabalhos desta cúpula", terminou o presidente francês, antes de dar a palavra à ministra sul-africana das Relações Exteriores, Maite Nkoana-Mashabane, e à Gloria Bongekile, a esposa do chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma.

Maite insistiu que Mandela não gostaria que lembrassem dele com pesar, mas fazendo vivos seus ideais, e com isso disse que a "África ainda não alcançou sua liberdade total", já que tem que se livrar das guerras, da miséria e das desigualdades e advogou por "encontrar soluções africanas para os problemas africanos".

Maite também considerou que a África do Sul não poderá ser realmente livre e estar em paz se seus vizinhos não forem livres e viverem em paz igualmente.

A esposa de Jacob Zuma qualificou Mandela como "um dos melhores filhos da África, dos melhores que existiram", até o ponto de ultrapassar "as fronteiras do continente para se transformar em um ícone mundial".

"Ele nos ensinou que os seres humanos são iguais e que a humanidade é indivisível", destacou a mulher do presidente da África do Sul.

A homenagem terminou com uma mensagem que tinha havia sido pronunciada pelo próprio Mandela, na qual denunciava que o apartheid tinha sido um "crime contra a humanidade" e com um minuto de silêncio.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaFrançois HollandeNelson MandelaPolíticos

Mais de Mundo

Argentina se despede de Papa Francisco com milhares de pessoas na catedral de Buenos Aires

Quais serão os desafios do próximo Papa?

Reunião de chanceleres do Brics no Rio deverá rechaçar unilateralismo de Trump

Reunião entre Trump e Zelensky em igreja reacende esperança de paz, mas caminho segue incerto