O próprio Putin se referiu a este assunto ao comentar que não teme os atentados e que está acostumado a conviver com ameaças (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2012 às 13h52.
Moscou - A Procuradoria Geral da Rússia pediu nesta quinta-feira à Ucrânia a extradição de Adam Osmaev, o suposto idealizador do plano para matar o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que foi abortado pelos serviços secretos dos dois países.
'Em fevereiro, Osmaev foi detido em território da Ucrânia sob suspeita de posse de substâncias explosivas', indica a Procuradoria em comunicado divulgado pelas agências russas.
Além disso, acrescenta a nota oficial, foi estabelecida 'sua participação na preparação do assassinato do chefe do governo da Rússia'.
Osmaev é requerido pelos órgãos de segurança russos por ter cometido uma série de atos terroristas.
A Procuradoria Geral ucraniana confirmou ter recebido o pedido de extradição de Moscou e já encarregou as autoridades judiciais da cidade de Odessa de estudarem a solicitação.
Por sua vez, o chefe do centro antiterrorista da comunidade pós-soviética, Andrei Novikov, afirmou que o processo de entrega de Osmaev à Rússia será encerrado em breve.
O próprio Putin se referiu a este assunto ao comentar que não teme os atentados e que está acostumado a conviver com ameaças desde que chegou ao poder, em 1999.
'As pessoas em minha situação devem conviver com isso. Se ao conviver permanentemente com isso a pessoa tiver medo, a vida será impossível', disse Putin, o grande favorito à vitória nas eleições do próximo domingo.
O 'Canal Um' da televisão russa informou nesta segunda-feira, a uma semana das eleições presidenciais, que os serviços secretos da Rússia e Ucrânia detiveram no começo do ano Osmaev e Ilya Pianzin, que supostamente preparavam o atentado contra Putin.
Pianzin foi capturado em janeiro por agentes de segurança ucranianos após uma explosão acidental que aconteceu enquanto aprendia a preparar explosivos em uma casa alugada na cidade ucraniana.
Durante o interrogatório, Pianzin revelou o nome do outro cúmplice, Osmaev, sobre quem já pesava uma ordem de busca e captura internacional. Depois de sua detenção, ambos confessaram que iam perpetrar o atentado contra Putin depois das eleições de 4 de março.
Com este objetivo chegaram à Ucrânia vindos da Arábia Saudita, após receberem instruções de Doku Umarov, o chefe guerrilheiro e terrorista mais procurado da Rússia.
Três candidatos à presidência russa - o líder comunista Gennady Ziuganov; o ultranacionalista Vladimir Jirinovski, e o social-democrata Sergei Mironov - criticaram o momento escolhido para revelar o suposto plano de atentado contra Putin.
'Assim, as avós e idosas dirão: 'Como é possível? Queriam matá-lo! Vamos votar nele'. Isto é uma vergonha. Não são eleições, mas uma profanação. É zombar da população', disse Jirinovski.