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Homem mata a mãe e a irmã a facadas na França em ato reivindicado pelo EI

Ataque ocorre após o líder do EI, Abu Bakr Al Bagdadi, pedir a seus partidários que continuem com a "jihad"

Estado Islâmico: homem armado com uma faca matou nesta quinta-feira a mãe e a irmã e feriu outra pessoa (Dado Ruvic/Reuters)

Estado Islâmico: homem armado com uma faca matou nesta quinta-feira a mãe e a irmã e feriu outra pessoa (Dado Ruvic/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de agosto de 2018 às 08h51.

Última atualização em 23 de agosto de 2018 às 09h56.

Um homem armado com uma faca matou nesta quinta-feira a mãe e a irmã e feriu outra pessoa em uma cidade a 30 km de Paris, antes de ser morto pela polícia, que não informou até o momento se o ataque - reivindicado pelo EI - foi umato terrorista.

O agressor, que segundo a polícia tinha ficha por apologia ao terrorismo, foi morto pela polícia quando saiu da casa em que estava entrincheirado para enfrentar os agentes.

As motivações do ataque não foram determinadas, mas o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ato.

"O autor do atentado na cidade de Trappes é um dos combatentes do Estado Islâmico e executou o ataque em resposta ao apelo para atacar cidadãos dos países da coalizão internacional", afirmou a Amaq, a agência de propaganda do grupo extremista, menos de duas horas depois da ação.

Os analisas, no entanto, pedem cautela a respeito dos anúncios do grupo. No último ano surgiram dúvidas sobre a veracidade das reivindicações do EI.

"Não devemos esquecer que em 2017 tivemos três exemplos de reivindicações sem sentido do EI: o ataque a uma discoteca em Manila, explosivos em Orly (aeroporto de Paris) e o massacre de Las Vegas, que foi reivindicado, mas do qual não foi possível estabelecer nenhum vínculo com o EI", disse à AFP Jean-Charles Brisard, presidente do Centro de Análises do Terrorismo.

O suspeito tinha problemas psiquiátricos "importantes" e um perfil mais voltado para o "desequilibrado" que de um soldado "sob as ordens do EI", destacou o ministro do Interior, Gérard Collomb, que seguiu imediatamente para Trappes.

O criminoso tinha ficha policial desde 2016 por apologia ao terrorismo, segundo uma fonte oficial. Em função da identidade das vítimas, mo entanto, a polícia também investiga um possível drama familiar.

O Departamento Antiterrorista do Ministério Público de Paris não abriu uma investigação até o momento.

O ataque aconteceu um dia depois da divulgação de uma mensagem de áudio do líder do EI, Abu Bakr Al Bagdadi, na qual, após um ano de silêncio, pede a seus partidários que continuem com a "jihad".

A mensagem foi divulgada no momento em que o grupo extremista está encurralado na Síria e foi expulso de todos os centros urbanos do Iraque, depois de ter controlado grandes faixas de território nos dois países.

A França vive em estado de alerta ante a ameaça extremista desde uma onda de atentados sem precedentes em sua história em 2015. Este ano foi alvo de dois ataques que deixaram cinco mortos.

Trappes é um subúrbio parisiense pobre, localizado a 30 quilômetros da capital francesa. Grande parte de seus 30.000 habitantes têm origem estrangeira e o índice de desemprego na área é duas vezes maior que a média nacional.

Também é conhecida por ser uma das localidades de onde mais jovens (quase 50) saíram para combater ao lado do grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria, informou recentemente à AFP o prefeito da cidade.

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