O presidente da França, François Hollande, presta homenagens a policiais mortos durante ataques terroristas (Francois Mori/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 15h06.
Paris - O presidente francês François Hollande prestou homenagem nesta terça-feira aos três policiais mortos como "heróis" nos atentados de Paris, em uma cerimônia na qual garantiu que a França enfrenta a ameaça extremista que segue existindo.
"Nossa grande e bela França não quebra jamais, não cede jamais, não se curva jamais. Ela enfrenta, está de pé", proclamou Hollande em um discurso que encerrou a cerimônia solene na sede da polícia no centro de Paris. "A ameaça segue existindo", dentro e fora da França, advertiu.
"Clarissa, Franck e Ahmed morreram para que possamos viver livres", disse Hollande, ao saudar a memória de Clarissa Jean-Philippe, jovem policial assassinada na quinta-feira ao sul de Paris, e de Franck Brinsolaro e Ahmed Merabet, os dois agentes abatidos na véspera durante o ataque contra a revista Charlie Hebdo. Os atentados de Paris deixaram no total 17 mortos e vinte feridos na semana passada.
"Três policiais que ilustram o que é o profissionalismo, a devoção e o apego aos valores que fundam nossa República", disse o presidente, que condecorou os três funcionários a título póstumo com a Legião de Honra, a mais alta distinção do país, criada há dois séculos por Napoleão.
"Esta mulher, esses homens, compartilhavam uma vontade, a de proteger seus concidadãos, eles compartilhavam um ideal, o de servir à República", declarou o presidente que saudou "três policiais, três percursos, três rostos da França".
Assassinada pelas costas por um jihadista, Clarissa Jean Philippe era proveniente da ilha caribenha da Martinica. Ahmed Merabet, francês de confissão muçulmana, foi executado no chão com um tiro na cabeça pelos autores do ataque da Charlie Hebdo, enquanto Franck Brinsolaro acompanhava pouco antes a reunião de pauta da revista, à qual estava encarregado de proteger, quando foi abatido pelos extremistas islamitas.
Após a cerimônia solene, a Marcha Fúnebre de Chopin ressoou e as famílias das vítimas, muito emocionadas, acompanharam os caixões ao lado do presidente e do primeiro-ministro Manuel Valls e do ministro do Interior Bernard Cazeneuve.