François Hollande, presidente da França: Hollande afirmou que, apesar dos "progressos" realizados pelos Estados Unidos, ainda falta "eliminar" o bloqueio (Chesnot/WireImage/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 17h23.
Paris - O presidente da França, François Hollande, insistiu nesta segunda-feira para que o colega americano, Barack Obama, vá "até o final" para acabar com o embargo comercial sobre Cuba, o que considerou como o "vestígio da Guerra Fria".
Em declaração à imprensa junto ao líder cubano, Raúl Castro, após uma reunião entre ambos no Palácio do Eliseu, Hollande afirmou que, apesar dos "progressos" realizados pelos Estados Unidos, ainda falta "eliminar" o bloqueio.
"Obama, que fez vários gestos, deve, como ele mesmo disse, ir até o final e permitir que este vestígio da Guerra Fria termine", disse Hollande.
Para o líder, a França "sempre esteve convencida da necessidade de suspender o embargo apesar das tensões internacionais" e lembrou que esta foi a mensagem enviada às autoridades cubanas ao viajar para o país em maio do ano passado.
Após o discurso de Hollande, Castro, em visita de Estado à França até amanhã, agradeceu ao presidente francês por sua mensagem contra o embargo e por exercer um "papel de liderança" nas relações entre Cuba e a União Europeia (UE).
"A França é um grande parceiro para Cuba. Somos duas nações com realidades históricas e culturais diferentes, mas nossas relações são de amizade", expressou Castro.
O líder cubano enfatizou que foi aberta "uma nova etapa" nas relações econômicas entre ambos os países, especialmente após o recente acordo com o Clube de Paris para reestruturar uma dívida de US$ 11,1 bilhões (dos quais mais de US$ 4 bilhões correspondiam à França) em cessação de pagamentos desde 1986.
Os credores perdoaram em 12 de dezembro US$ 8,5 bilhões correspondentes a juros e Cuba se comprometeu a pagar os US$ 2,6 bilhões restantes em um prazo de 18 anos.
De acordo com Castro, o acordo assinado nesta segunda-feira com a França, pelo qual ambos os países destinarão US$ 231 milhões endividados a um fundo franco-cubano, servirá para financiar projetos de desenvolvimento na ilha.